Estudantes conquistam assinaturas para abertura da CPI da Merenda

Em luta contra a máfia das merendas em São Paulo, onde a cúpula do governo Alckmin é investigada por esquemas de propina envolvendo a compra de alimentos com cooperativas, somando o valor de R$ 7 milhões em contratos com 21 prefeituras, o movimento secundarista obteve uma grande conquista nesta terça-feira (9) somando as 7 assinaturas que faltavam para a abertura da CPI da merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Ocupação Alesp - Christian Braga/Jornalistas Livres

Com o desdobramento do esquema de corrupção, desde o início do ano, os estudantes da rede estadual de ensino são afetados diretamente com a falta de merenda, onde, o que era antes arroz, feijão e mistura, se transformaram em biscoito água e sal.

Lutando contra a situação do descaso do governo Alckmin com a educação, a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) travou uma batalha na Alesp para conquistar a abertura da CPI da merenda, realizando diversas blitz e mobilizando os deputados para a causa, porém, a base tucana, liderada por Fernando Capez, presidente da Alesp e principal investigado na máfia das merendas, criou empecilhos na instauração da CPI na Casa.

Em uma última tentativa de pressionar os deputados para a abertura da CPI, os estudantes ocuparam, durante a semana passada, o plenário da Alesp e conquistaram o apoio da sociedade para a causa. Forçados a se retirarem do local, pois o Tribunal de Justiça de São Paulo estipulou uma multa de 30 mil reais diários para cada estudante que estava ocupando o plenário, os secundáristas encerram na última sexta-feira (6) a ocupação, mas prometeram seguir na luta pela instalação do inquérito.

No início da tarde, os estudantes receberam a notícia que conquistaram as assinaturas restantes. O presidente da Upes, Emerson Santos, comemorou a decisão. "Uma CPI que irá investigar todos os envolvidos no escândalo do roubo de merendas, e também uma audiência pública que irá ouvir da população qual é o tipo de merenda que nós queremos".

Assista ao vídeo com o depoimento dos estudantes: