Lindbergh: Não reconhecemos o governo golpista de Michel Temer

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) fez um discurso forte no plenário do Senado, na madrugada desta quinta (12), em defesa da legalidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff. Ele criticou fortemente a oposição e lembrou de outras conspirações golpistas da história do País.

Lindbergh Farias - Foto: Agência Senado

“O maior derrotado deste processo de impeachment é o PSDB”, afirmou o senador. O partido, disse Lindbergh, ficou durante as manifestações pró-impeachment ao lado de quem pedia intervenção militar e de quem destilava preconceitos contra homossexuais e outras minorias, para conquistar a queda de Dilma.

“O PSDB é sócio minoritário de um novo governo falido (…) Não reconhecemos o governo de Michel Temer, que não passa de um golpista”, afirmou.

“A história te dará razão, Dilma. E quem dá um golpe está na lata do lixo da história”.

A história se repete

Ele lembrou dos golpes tentados (e, no último caso, consumado) contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart. Se voltando ao senadores, afirmou: “Não se enganem: não tenho a menor dúvida que esse processo vai passar para a história como um golpe parlamentar”.

O senador disse que a deposição de Jango em 1964 hoje é visto como um atentado militar, mas que na época foi tratado pela grande imprensa e por parte do Congresso como uma vitória da democracia. Para isso, mostrou capas de jornais do “O Estado de S. Paulo” e de “O Globo” que exaltavam a atuação que depôs o presidente.

Depois, lembrou da atuação do PSDB após Aécio Neves (PSDB-MG) ser derrotado nas eleições de 2014. Disse que o partido recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 48 horas depois das eleições, apoiou manifestações em menos de uma semana pedindo a saída de Dilma e, “em um ato ridículo”, pediu ao TSE a posse de Aécio no lugar da presidenta.

“Eles primeiro decidiram pelo impeachment, procuraram e não acharam nada contra Dilma e inventaram algo sem crime de responsabilidade”, afirmou.

Para o senador, Aécio Neves, Michel Temer e Eduardo Cunha são “os capitães do golpe”.

“A elite nunca aceitou o pré-sal, o salário mínimo valorizado, as cotas raciais e sociais, a liberdade às empregadas domésticas da semi-escravidão”, pontuou.

Lindbergh criticou as medidas propostas por Temer e concluiu: “O neoliberalismo deles só é possível com golpe”.