Para legitimar o golpe, Serra se apoia na política neoliberal de Macri

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, foi o primeiro chefe de Estado a reconhecer o governo ilegítimo de Michel Temer depois do golpe. Ambos compartilham um projeto de governo neoliberal que propõem privatizações e redução do Estado. Neste domingo, 22, José Serra, que ocupa temporariamente o ministério das Relações Exteriores viajou à Argentina para estreitar relações bilaterais.

Escracho contra Serra na Argentina - Reprodução

Apenas quatro dias depois de assumir o ministério das Relações Exteriores e apresentar uma completa mudança de direcionamento da política externa nacional, Serra parte para a Argentina, país que vê como aliado no continente, para ampliar as relações comerciais. O ministro interino já falou em “flexibilizar o Mercosul”, bloco integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e agora busca apoio de Macri que faz campanha contra o presidente Nicolás Maduro.

Nesta segunda-feira (23), Serra vai se encontrar com o presidente Mauricio Macri, com a ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra – que na semana passada lançou candidatura à Secretaria-Geral da ONU – e com o ministro das Finanças, Alfonso Prat-Gay.

Na Argentina, porém, Serra foi recebido por grandes manifestações contrárias a presença de um ministro golpista no país. Os manifestantes prometem protestar durante todo o período da visita.

No discurso de posse, Serra disse que uma das prioridades em curto prazo será a intensificação das relações com a Argentina, com a qual o Brasil passou a “compartilhar referências semelhantes para a reorganização da política e da economia”, renovar o Mercosul “para corrigir o que precisa ser corrigido” e “construir pontes com a Aliança do Pacífico”, integrada pelo Chile, a Colômbia, Costa Rica, o México e o Peru.

Assista ao vídeo da manifestação contra Serra: