Rússia condena atentados que mataram mais de cem pessoas na Síria

A chancelaria e a presidência da Rússia condenaram nesta segunda-feira (23) a série de atentados realizados em duas regiões da Síria simultaneamente com saldo de pelo menos 100 mortos e o dobro de feridos, em meio a uma frágil trégua.

Atentado na rodoviária da cidade de Tartus

Em uma mensagem de condolências a seu par sírio, Bashar al-Assad, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a tragédia constata uma vez mais a essência selvagem e desumana dos grupos terroristas que "desatam uma guerra sangrenta contra o povo sírio".

Putin advertiu que os criminosos não ficarão sem castigo e ratificou a disposição de continuar a colaboração com as autoridades sírias no confronto à ameaça terrorista.

Em outra nota de condolências aos familiares das vítimas e ao povo sírio, o ministério de Relações Exteriores russo advertiu que os ataques terroristas têm como objetivo minar o processo político de reconciliação no país árabe, sobretudo de parte dos terroristas do Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nusra.

As autoridades de Damasco confirmaram cerca de 100 mortos e o dobro de feridos por causa de nove atentados suicidas realizados nesta segunda quase simultâneamente nas localidades de Tartus e em Jableh, Latakia, no norte do país, com costa para o Mediterrâneo Oriental.

A chancelaria da Rússia chama a atenção de que o novo capítulo de atrocidades sangrentas em terras sírias merece a mais energética repulsa da comunidade internacional.

Ela adverte também que os atos terroristas têm como único objetivo fazer fracassar o regime do cessar-fogo vigente de maneira geral nesse país desde 27 de fevereiro, e ao mesmo tempo socavar os esforços por um acordo político da crise síria, sustenta a comunidade diplomática da Rússia.

De acordo com fontes oficiais sírias, um carro bomba e quatro suicidas explodirem em pontos diferentes do terminal de ônibus de Tartus, em um horário de alta concentração de pessoas. Só no lugar faleceram 32 pessoas e mais de 80 foram feridas.

Na cidade de Jableh, província de Latakia, outros cinco atentados tiveram lugar. Foram realizados na empresa de eletricidade e no hospital da localidade, com ao menos mais de 65 mortos e quase uma centena de feridos.

Anteriormente o porta-voz presidencial Dmitri Peskov expressou a preocupação de Moscou pelos sangrentos atos terroristas na Síria, "o que é uma mostra da vulnerabilidade da situação na região do levante", opinou.