Acnur: Cerca de 900 refugiados morreram afogados no Mediterrâneo

O porta-voz da entidade, William Spindler, disse que a contagem das vítimas, que morreram na passada semana depois de tentativas de chegar a Europa a partir da Líbia, se baseia na informação dos sobreviventes.

"Os dados mostram que neste ano está sendo especialmente mortífero", realçou o porta-voz. Ele relatou que cerca de 2.510 pessoas perderam a vida no Mediterrâneo desde o início de 2016, no mesmo periodo de 2015 foram registradas 1.855 fatalidades.

Segundo denunciou Spindler, os traficantes aglomeram a maior quantidade de indivíduos possíveis em botes que não são aptos para navegar e, em muitos casos, não estão preparados para percorrer o trajeto.

"Assim que deixam a costa, as equipes de resgate são chamadas e salvam quantos forem possíveis salvar. É uma corrida contra o tempo para chegar antes do afundamento das embarcações", explicou.

A Itália é a primeira parte da Europa para onde ruma a maioria dos refugiados, depois do fechamento da rota dos Balcãs e o acordo da União Europeia com Turquia sobre a devolução dos refugiados chegados a Grécia.

A Agência Europeia de Fronteiras divulgou nesta segunda-feira (30) em um comunicado que cerca de 13.800 pessoas foram resgatadas no Mediterrâneo central em cerca de 90 operações durante a semana.

"Há uma grande crise humanitária no Mediterrâneo e não uma invasão de migrantes,(…) propomos enfrentá-la com determinação e uma visão em médio prazo, não nos deixando intimidar pelos temores", disse o premiê italiano Matteo Renzi depois dos últimos acontecimentos.

"Espero que o resto dos países da região também se conscientizem da importância política e humana do desafio", acrescentou.

Ao todo, 204 mil migrantes chegaram por mar à Europa nos cinco primeiros meses do ano, de acordo com dados do Acnur.