Diplomata brasileiro é vaiado e tem fala cortada na OIT ao negar golpe

Membros da bancada dos trabalhadores brasileiros presentes na reunião do Comitê de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) se levantaram do plenário para denunciar o golpe de estado no país. Delegados que representam trabalhadores e sindicatos de mais de 100 países se somaram ao coro em protesto ao governo brasileiro, suspendendo temporariamente a sessão, em meio aos protestos de representantes dos trabalhadores; discurso negando golpe teria se dado a mando de Serra.

OIT

 A discussão proposta na tarde desta sexta-feira (3) no plenário Comitê de Normas da OIT tratava de uma denúncia de violação pelo governo de Honduras da Convenção 169, instrumento que trata sobre os direitos dos povos indígenas e originários.

Um membro da diplomacia brasileira pertencente à Missão Permanente do Brasil na ONU tomou a fala para se referir à situação política brasileira, assinalando no seu discurso que as manifestações contrárias ao governo Temer se baseiam em um julgamento político sobre procedimento constitucional. Sua fala teria sido feita a mando de José Serra, ministro das Relações Internacionais.

Membros da bancada dos trabalhadores brasileiros presentes na reunião do Comitê se levantaram do plenário para denunciar o golpe de estado. Delegados que representam trabalhadores e sindicatos de mais de 100 países somaram o coro em protesto ao governo brasileiro, suspendendo temporariamente a sessão meio aos protestos de representantes dos trabalhadores.

A presidente da sessão, Cecilia Mulindeti-Kamanga, interrompeu o diplomata, alegando que o representante do governo infringiu as regras da Conferência ao tratar de assunto fora da pauta. O governo brasileiro teve sua fala cortada na Conferência como sanção pela infração cometida.