UNALGBT é fundada em Florianópolis

 

A capital catarinense passou a contar, a partir desta segunda-feira (6), com um núcleo da União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (UNALGBT). A solenidade aconteceu no auditório do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Santa Catarina (Sintespe), e contou com a presença da coordenadora nacional da Fração LGBT do PCdoB, a deputada federal Angela Albino, representantes da direção nacional da entidade, lideranças de diversos movimentos sociais e militância.

A psicóloga e granduanda em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, Janaína Zibedskyi, foi eleita presidenta municipal da entidade, tendo como vice-presidenta Ana Carolina Arendt, estudante secundarista, além da acadêmica de direito, Rebeca Ludmila Silva, e o acadêmico de Relações Internacionais, Gustavo Andrés Barros, como membros da executiva local.

Para Carmen Lúcia Luiz, Diretora Nacional de Saúde da UNALGBT, a construção entidade é resultado de décadas de luta e de amadurecimento do movimento. “A fundação da UNALGBT em Florianópolis é o coroamento de muitos anos de luta. Se hoje podemos nos reunir neste lugar para constituir esta entidade que assume publicamente seu propósito de combater a LGBTfobia e construir um novo modelo de sociedade solidária, equânime, igualitária e livre de opressões, é porque há um lastro de luta corajosa de muitas pessoas que não aceitaram o armário – ou o baú, à época”, afirmou a diretora.

A coordenadora da Fração Nacional LGBT do PCdoB, deputada federal Angela Albino, falou sobre a importância do florescimento da UNALGBT em um momento de ataque à democracia no País. “Para mim é muito clara a pauta LGBT como um divisor de águas na luta pela democracia. Os que atacam a democracia são os mesmos parlamentares que investem contra as pessoas LGBT no Congresso Nacional, e a fundação e o rápido crescimento da UNALGBT é um forte marco de resistência ao conservadorismo que toma de assalto o parlamento brasileiro”, afirmou a deputada.

Janaína Zibedskyi, presidenta eleita da UNALGBT de Florianópolis, afirmou que a entidade nasce para aprofundar a luta contra as LGBTfobias. “Nosso desejo é avançar no enfrentamento ao preconceito e à violência, e combater as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania de mulheres e homens com diferentes orientações sexuais e identidades de gênero”, reforçou a presidenta.

A UNALGBT possui núcleos em 11 municípios distribuídos em todas as regiões catarinenses, tendo direções regionais constituídas em Jaraguá do Sul, Chapecó, Criciúma e Florianópolis. Lages, Joinville, Balneário Camboriu e Itajaí devem ter seus núcleos constituídos nos próximos dias.

Carta de Princípios da UNALGBT

A sociedade civil organizada, composta por mulheres e homens, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de todo território brasileiro, reunidos(as) para a fundação da UNA-LGBT (União Nacional LGBT), na cidade de São Paulo – SP, em 16 de outubro de 2015, como instrumento de luta pela emancipação política e humana ao defender idéias no campo da consciência de classe e de garantia de direitos, aprovam os seguintes princípios norteadores desta entidade:

Enfrentar o machismo, o racismo, a lesbofobia, homofobia, bifobia e transfobia, em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania de mulheres e homens com diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.
Enfrentar todas as formas de discriminação de gênero, sistêmicas ou não, particularmente aquelas que afetem as mulheres lésbicas, travestis e transsexuais.

Enfrentar a exploração de classe em todas as suas manifestações, colocando-se ao lado dos interesses das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Defender intransigentemente a livre orientação sexual e às diferentes identidades de gênero.

Solidarizar-se com a luta de todos os movimentos sociais e populares que se colocam no campo progressista.

Solidarizar-se com a luta dos oprimidos em todo mundo. Travar contato e estabelecer alianças para a luta com organizações LGBT nos diversos países.

Promover, a partir da concepção da emancipação política e humana, rupturas no sistema capitalista ou aprofundar as já existentes a partir de ações que incidam sobre o imaginário coletivo de toda a população.
Desmistificar os padrões construídos e naturalizados na sociedade através do desenvolvimento do capitalismo.

Apresentar à população LGBT e a população em geral um novo modelo de sociedade solidária, equânime, igualitária e livre de opressões, a sociedade socialista. Nós, militantes da UNA-LGBT, em território nacional, declaramos publicamente que defenderemos estes princípios de forma consciente e voluntária, como parte de um projeto de construção de um futuro feliz e digno para as nossas e as futuras gerações.