Mulheres saem às ruas de SP para dizer não à cultura do estupro

Com uma caminhada entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Praça Roosevelt, centenas de mulheres protestaram nesta quarta-feira (8) contra o machismo e a cultura do estupro. O protesto “Por Todas Elas” foi convocado pelas redes sociais e acontece em vários lugares do país. Em São Paulo, a caminhada foi pacífica e durou cerca de duas horas, passando pela Avenida Paulista e Rua Augusta.

Mulheres voltam às ruas de SP para dizer não à cultura do estupro - Agência Brasil

O ato começou por volta das 17h no vão livre do Masp, onde as mulheres fizeram jograis, cantaram, pintaram faixas contra o estupro. Por volta das 18h30, as manifestantes saíram em caminhada, fechando todas as faixas da Avenida Paulista no sentido Consolação. A Polícia Militar não informou a estimativa de público.

Na primeira fila da caminhada, estavam mulheres que levaram seus filhos ao protesto. Uma imensa faixa onde se lia “Estupro Nunca Mais. Todas contra 33” foi levada por elas. Durante a caminhada, as mulheres gritavam palavras de ordem como “Machismo mata, feminismo liberta” e “Fora Temer”.

No fim da caminhada, nas proximidades da Praça Roosevelt, as mulheres se sentaram no chão. Algumas tiraram as roupas e fizeram uma performance, gritando números de 1 a 33 [total de homens que podem ter estuprado a adolescente no Rio de Janeiro]. O grupo também apresentou um jogral em que gritaram que “a culpa nunca é da vítima” e que elas “são as vozes daquelas que o machismo matou”.

“Para cada mulher silenciada, para cada mulher violentada, uma vida inteira de luta”, acrescentaram. O ato terminou com abraços e gritos de “Feminismo é a revolução”.

Intervenção teatral de um grupo de manifestantes no 2º ato “Por Todas Elas”

“Eles pensaram que seria 33 contra uma, mas são 33 contra todas nós. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, e a culpa nunca é da vítima. Romperemos a lei do silêncio e a ditadura do medo. Somos as vozes daquelas que o machismo matou (…). Para cada vida tirada, para cada mulher silenciada, para cada mulher estuprada, uma vida inteira de luta”, disse Maria das Neves.