Vanessa critica pressa de parlamentares na Comissão do Impeachment 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou, nesta quinta-feira (9), em pronunciamento, a forma apressada que estão sendo conduzidos os trabalhos na Comissão Especial do Impeachment. A senadora afirmou que, apesar do colegiado tentar passar uma imagem de equilíbrio e democracia, os parlamentares estão enfrentando um “trator que passa por cima de tudo e de todos”.

Vanessa critica pressa de parlamentares na Comissão do Impeachment - Agência Senado

Vanessa protestou contra a regra imposta na comissão, que limitou em três minutos o tempo para que cada senador interrogue a testemunha. De acordo com a senadora, a comissão está passando por cima até mesmo das leis, já que o Código de Processo Penal não prevê qualquer limitação temporal à inquirição de testemunhas.

“Se prevalecem sempre da maioria, porque é isso que eles estão fazendo: passando por cima das leis. Estão sendo atropelados os mínimos direitos, não é nem da defesa, é dos juízes, dos senadores e senadoras se pronunciarem, contribuírem na formação das provas para que lá, ao final de tudo, não só os membros da comissão, mas que esse Plenário tenha condições, dentro de uma análise técnica, de expressar sua opinião”, afirmou.

Vanessa também criticou o fato da comissão ter realizado, nesta quarta-feira (8), uma reunião que durou cerca de 15 horas sendo que poderiam ter dado continuidade nos trabalhos nesta quinta-feira. Segundo ela, os senadores adentraram a madrugada exauridos devido ao interesse de alguns de apressar a comissão.

Sem audiência

Para a parlamentar, as audiências durante a madrugada também impedem que a população acompanhe os debates, o que prejudica o entendimento das pessoas sobre o que está ocorrendo.

E repetindo o que disse o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em palestra, esta semana, na Universidade de Brasília (UnB), afirmou: “ela (Dilma Rousseff) foi tirada do poder, porque perdeu apoiamento do Congresso Nacional, por essa razão.”

E elogiou a posição da presidenta eleita que se manifestou recentemente a favor do plebiscito. “Então, se o Congresso Nacional, se a maioria do Parlamento não permite que a Presidenta eleita governe, o que ela diz? Olha só o desprendimento, a responsabilidade que ela demonstra para com o seu País e a sua gente, e o respeito para com a democracia: eu aceito ouvir a população sobre isso.”