Denúncia de estupro na UFG reforça a falta de segurança para mulheres

A recente repercussão diante do polêmico caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro não inibiu criminosos, pelo contrário, fez mais uma vítima na última quarta-feira (15) em Goiânia-GO. Foi realizada denúncia de que uma estudante da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi violentada sexualmente em um banheiro da própria instituição.

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Ainda em investigação, uma denúncia de estupro na Universidade Federal de Goiás, casou mobilização entre os estudantes que ocuparam a reitoria da UFG. O caso abriu portas para a divulgação de mais de 40 casos de assédio moral e sexual na Universidade, sendo que muitos não entram nessa estimativa, pois mulheres ainda sentem medo de denunciar diante da vergonhosa cultura de estupro que tanto afeta a dignidade humana e o progresso positivo da sociedade.

“Além de punir responsáveis, é fundamental que a prevenção comece dentro de casa, educando nossos filhos para que respeitem os indivíduos, independente de gênero, credo ou raça,” afirmou a vereadora Tatiana Lemos (PCdoB) durante seção plenária na Câmara Municipal de Goiânia, nesta quinta-feira (16).

Estatísticas

Segundo as Nações Unidas, 7 em cada 10 mulheres já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. No Brasil, a cada 7 minutos, é registrado uma violência contra a mulher, em sua grande maioria dentro da própria casa, por parceiros ou familiares.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 40% das mulheres brasileiras já sofreram violência doméstica em algum momento de sua vida. Segundo pesquisa do Data Popular em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, 54% das pessoas entrevistadas afirmaram conhecer uma mulher que já foi agredida pelo parceiro, e 56% afirmaram conhecer um homem que já agrediu a parceira.

Em 2012, segundo dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 50 mil mulheres foram estupradas, número 20% maior em relação ao ano anterior. O Mapa da Violência 2012, que analisa dados do Ministério da Saúde, aponta o Brasil na 7ª posição de maior número de assassinatos de mulheres no mundo, num ranking com 84 países.

“Somos testemunhas de que a mulher, muitas vezes é morta ou violentada por ser mulher. E isso é resultado de uma sociedade machista que continua educando seus filhos de forma errada, ensinando a discriminação de gênero dentro de casa,” completou.

A vereadora aproveitou para apresentar um requerimento no plenário para que a iluminação no entorno do Campos Samambaia seja reforçada diante do alto índice de reclamação dos estudantes e educadores. Uma situação que tem propiciado o aumento no número de criminalidade na área. Tatiana também pediu para que o reitor da UFG fosse convidado para que, juntamente com os representantes da casa, fosse estudada uma solução para tais problemas. O requerimento foi apoiado e assinado por todos os vereadores presentes na plenária.