Nova York não consegue diminuir número de sem-teto: 60.060

Sinal da concentração de riqueza e do aumento da pobreza nos Estados Unidos, o número de sem-teto mantém-se elevado na cidade de Nova York, a maior do país, atingindo neste mês 60.060 pessoas que dormem em albergues municipais. O recorde foi registrado em novembro do ano passado, quando 60.352 pessoas foram registradas pela prefeitura nos abrigos.

Sem-teto dorme em estação de metrô de Nova York: banco antimendigo nas estações é característica da cidade

Desde então, apesar das tentativas da prefeitura de diminuir o problema, apenas 292 pessoas deixaram de frequentar os albergues. Hoje, oficialmente, Nova York tem 60.060 moradores de rua que passam as noites em abrigos. Mais de 23 mil deles são crianças.

O vice-diretor de defensoria da Coalizão para os Sem-teto, Patrick Markee, destacou que a crise histórica herdada pelo prefeito Bill de Blasio piorou por três razões desde que o democrata assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2014.

Estas causas são a grave crise de moradia acessível na cidade, o impacto duradouro das desastrosas políticas para os sem-teto do ex-prefeito (Michael) Bloomberg e o fracasso do estado e da cidade para agir suficientemente rápido para reverter estas políticas, segundo artigo publicado no site da associação na internet.

Os números são os mais altos desde a Grande Depressão, nos anos 1930. Segundo a organização, 60.060 pessoas vivem nas ruas da grande cidade, 14.754 delas são famílias, com 23.311 crianças, que dormem em albergues municipais. Elas ocupam mais de 75% das vagas oferecidas nos abrigos.

O censo de sem-teto na cidade, no ano fiscal de 2015 (encerrado em outubro de 2015, revela que mais de 109 mil pessoas estiveram nessa condição e dormiram nos abrigos. Estão computadas mais de 42 mil crianças nos arquivos do município, que tiveram de passar a noite nos albergues da prefeitura.

O número de sem-teto que dormem em abrigos é, atualmente, 91% maior que o número de 2006.

Os pesquisadores revelam que a causa primária da condição de sem-teto, particularmente entre as famílias, é a falta de dinheiro para bancar o aluguel da casa. A organização lista algumas das outras condições que levaram moradores a deixar suas residências e passar a viver nas ruas: Fuga de casa, lar superlotado, violência doméstica, desemprego e condições subhumanas de moradia

A pesquisa também revela que, comparados às famílias sem-teto, os indivíduos apresentam taxas mais altas de problemas mentais, dependência de drogas e outros problemas de saúde.

Cada noite milhares de pessoas dormem nas ruas de Nova York, no metrô e em outros espaços públicos, fora dos abrigos. Não há uma contagem acurada do fenômeno na cidade por parte das autoridades, o que leva a prefeitura a subestimar os números reais do fenômeno na cidade.

Negros e latinos são os mais afetados pelo problema. Mais de 58% deles são negros, 31% são latinos, apenas 7% são brancos e menos de 1% são asiáticos. Cerca de 3% não tiveram a identidade étnica revelada.