Festas juninas movimentam economias locais

Apesar de a crise econômica obrigar várias prefeituras a cancelarem ou reduzirem festas, municípios brasileiros devem ter impacto positivo, conforme estimativas de federações de comércio dos estados.

Por Marciele Brum, do PCdoB na Câmara

Festejo Junino Luiz Gonzaga - Arte Álvaro Portugal/PCdoB na Câmara

Introduzidas no Brasil pelos portugueses no século XVI, as festas juninas resgatam tradições e garantem valorização a distintas regiões. Enraizadas no Nordeste onde marcam fortemente a cultura, mais do que trazer alegria, movimentam a economia local com geração de emprego e renda em um momento de crise econômica no país.

Nos estados nordestinos, milhares de turistas acompanham os concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha. Brincadeiras como o pau de sebo, correio elegante e fogos de artifício também viraram símbolos característicos. “Tem importância enorme na economia cultural. Leva muitos turistas. O Nordeste para e reverencia suas tradições culturais. Mesmo com a crise, a cultura é forte e permanece,” resume a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Fogueiras, bandeirinhas coloridas, jogos e comidas típicas estimulam a economia nas cidades onde se realizam as comemorações em diferentes partes do território brasileiro. “O São João é a festa mais prestigiada do Nordeste. Junho é um mês de grande mobilização que agrega famílias e todo o povo nordestino. É uma festa que ocorre nas grandes cidades, nos bairros e povoados. Apesar da crise, é uma excelente oportunidade de vencer dificuldades com alegria,” destaca o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA).

Em Belo Horizonte, por exemplo, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio – MG) estima que as festas juninas deste ano irão gerar um impacto positivo para 40% das empresas do comércio varejista de produtos alimentícios. O saldo positivo ocorre, principalmente, em hipermercados, supermercados, minimercados, padarias e armazéns. Mesmo que em menor escala, a data beneficia também a venda de produtos de padaria, laticínio, doces, balas, hortifrutigranjeiros, açougue, peixarias e bebidas.

Com o tempo, as festividades passaram a ser uma celebração tradicional da Igreja Católica onde são homenageados três santos. No dia 13, a festa é para Santo Antônio. No dia 24, é dia de São João. Já no dia 29, o homenageado é São Pedro. “É um momento em que as raízes culturais são elevadas, mexem com o sentimento nordestino em todos os estados. São João traz os valores da solidariedade,” diz Alice Portugal.