Militantes da causa LGBT denunciam a violação de direitos 

Dezenas de pessoas se reuniram nesta terça-feira (28), no Recife, para lembrar o Dia Internacional do Orgulho Gay. O ato reuniu representantes de entidades e organizações que lutam pelos direitos LGBT. A concentração aconteceu em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), de onde os manifestantes seguiram em passeata pela Rua da Aurora até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.

Militantes da causa LGBT denunciam a violação de direitos - Divulgação

Bandeiras e bandeirolas com as cores do arco-íris foram também colocadas em locais estratégicos da cidade, como a Praia de Boa Viagem e o Cais José Estelita. Além da defesa das bandeiras de luta, a militância da causa homenageou os mortos no massacre ocorrido na boate Pulse, em Orlando, nos Estados Unidos, no último dia 12 de junho.

"Para nós, no Brasil, esta data deve ser não só das pessoas que continuam a ser perseguidas pela a LGBTfobia e sim de todas as que estão em busca de uma sociedade mais una, livre e consciente de toda forma de opressão. Por isso é um dia de luta, mobilização e conscientização, inclusive contra o machismo e o racismo, que brutalmente destroem sonhos", disse Fernanda Lima, vice-presidenta nacional da UNA LGBT e diretora LGBT da Unegro PE.

Vítimas

Segundo o banco de dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), atualizados diariamente no site Quem a homotrannsfobia matou hoje?, 318 LGBT foram assassinados no Brasil em 2015: um crime de ódio a cada 27 horas: 52% gays, 37% travestis, 16% lésbicas, 10% bissexuais. A homofobia mata inclusive pessoas não LGBT: 7% de heterossexuais confundidos com gays e 1% de amantes de travestis.

Ainda de acordo com o grupo, proporcionalmente, as travestis e transexuais são as mais vitimizadas: o risco de uma “trans” ser assassinada é 14 vezes maior que um gay, e se compararmos com os Estados Unidos, as 119 travestis brasileiras assassinadas em 2015 em comparação com as 21 trans americanas, têm 9 vezes mais chance de morte violenta do que as trans norte-americanas.

Segundo agências internacionais, mais da metade dos homicídios contra transexuais do mundo, ocorrem no Brasil. Entre janeiro e junho de 2016, a estimativa é de que foram registrados 123 casos de homicídios LGBT.

Audicéa Rodrigues
Do Recife