Alice repudia decisões e declarações de ministros do governo do golpe 

Farmacêutica de formação e presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Assistência Farmacêutica, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) usou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (28), para repudiar as declarações do ministro temporário da Saúde, Ricardo Barros, que menosprezou médicos cubanos, farmacêuticos e benzedeiras. E a decisão do ministro temporário da Educação, Mendonça Filho, de cancelar as renovações de bolsas do Programa Ciência Sem Fronteiras. 

Mais Médicos - OPAS/OMS

Durante evento realizado recentemente na cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná, o ministro assegurou que sua pasta vai priorizar os médicos brasileiros na renovação dos contratos do Programa Mais Médicos e disse: “Se tiver algum ponto em que médicos brasileiros não queiram ir, teremos lá um médico cubano. É melhor ter um médico cubano do que um farmacêutico ou uma benzedeira”.

Para Alice, essa declaração trata-se da mais completa incompatibilidade do ministro com o cargo para o qual foi nomeado pelo presidente golpista. “Ele tratou de maneira desrespeitosa e absolutamente descredenciada esse milenar ofício. As benzedeiras são as garantidoras originais da tradição das nossas ervas e o farmacêutico é o profissional que estuda cinco anos na universidade, portanto, tem que ser respeitado. O ministro precisa conhecer o fazer de cada profissional de saúde”, enfatizou Alice, acrescentando “minhas homenagens aos médicos cubanos que dão sustentação ao médico brasileiro e vão onde este não quer ir.”

“É lamentável que um ministro da Saúde desconheça como funciona o Sistema de Saúde brasileiro e ignore que não exista hierarquia entre suas diferentes classes profissionais. É um completo absurdo que o ministro não conheça conceitos básicos e não entenda o papel e a importância do farmacêutico para o sistema de saúde do país. Por outro lado, ao incluir as benzedeiras, mostra o seu menosprezo com a cultura popular”, avaliou a parlamentar.

Ciência Sem Fronteiras

A deputada Alice também repudiou a decisão do ministro temporário da Educação, Mendonça Filho, de cancelar as renovações de bolsas do Programa Ciência Sem Fronteiras, que já levou mais de cem mil universitários para um rico intercâmbio educacional e cultural com os mais diversos países do mundo.

“A meta do governo Dilma era garantir mais 100 mil alunos para o exterior até 2018. Em uma de suas vertentes, houve a extinção de novas bolsas e a suspensão das bolsas em andamento. Essa é uma decisão monocrática do ministro temporário da Educação do Governo do Golpe. Nós contestamos e protestamos de maneira veemente”, disse Alice.

Estudantes de doutorado pleno do Ciência sem Fronteiras estão enfrentando problemas para renovar a concessão de suas bolsas – o que já tem deixado alguns deles sem dinheiro ou em situação ilegal no país em que estudam.

Segundo reportagem veiculada na grande mídia, quatro doutorandos que estudam no Reino Unido, Holanda e Itália tiveram a bolsa mensal interrompida por prazo indefinido após parecer negativo da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que é a agência federal que participa do programa por meio do Ministério da Educação.