Macri admite: panorama político da Argentina não vai melhorar este ano

Eleito com um discurso de “criar empregos para todos”, melhorar a economia e combater o narcotráfico, o presidente da Argentina se vê em apuros e admite que não será possível cumprir as promessas este ano. Mauricio Macri passou o primeiro semestre inteiro a prometer um “segundo semestre” repleto de bonanças e já nos primeiros dias deste tal período magico que estaria por vir, ele admite que não será possível melhorar o cenário político.

Mauricio Macri - Efe

“Disse que no segundo semestre ia ser melhor que o primeiro. Não disse que a Argentina ia estar com todos seus problemas resolvidos. Este é um caminho longo, as coisas não acontecem de um dia pro outro, mas sim com pequenos passos todos os idas. E estamos dando pequenos passos”, afirmou o mandatário em coletiva de imprensa.

Segundo o presidente, “todos os setores da exportação estão funcionando melhor, ainda que outros setores claramente não”. Tem razão ao dizer que “claramente não”, afinal a onda de demissões atinge quase mil pessoas por dia e os mais pobres já perderam mais de 30% do poder de compra com o salário mínimo.

Sobre isso, Macri disse que não questões “muito difíceis” e por isso foram tomadas “medidas sociais importantíssimas”. Assim veio também a promessa de um segundo trimestre com menos inflação, mas o que está acontecendo até agora é justamente o contrário.

Popularidade em queda livre

Quando assumiu a presidência, em 10 de dezembro do ano passado, a aprovação de Macri era de 63,9%, passados seis meses, seus apoiadores somam 53,5%, mais de 10% de queda.

O diretor do Grupo de Opinião Pública (GOP), Raúl Timerman, acredita que a queda se deve à “enorme quantidade de medidas que afetaram a vida diária das pessoas, como os aumentos de tarifas, a inflação e o freio dos aumentos salariais”.

Tarifas básicas como de energia elétrica sofreram reajustes de mais de 500%, enquanto alimentação e transporte já aumentaram mais de 30%.