Hillary Clinton sobre Barack Obama: “Construirei sobre seu legado”

No primeiro comício ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama, a pré-candidata democrata às eleições presidenciais do país, Hillary Clinton, prometeu “construir” sobre o legado e o “progresso” do atual presidente. O evento político aconteceu no dia seguinte ao feriado de 4 de julho, data nacional do país.

Barack Obama e Hillary Clinton em comício na cidade de Charlotte

No comício, realizado na cidade de Charlotte, no estado da Carolina do Norte, Hillary teceu elogios às “realizações” de Obama, como os “75 meses seguidos de criação de emprego”, mas afirmou que ainda há “muito a ser feito” sobre “problemas estruturais” como a desigualdade e o acesso à educação.

“Quando olho para o presidente [Obama], vejo alguém que, apesar da obstrução [do Congresso] que enfrentou, continua a encontrar pontos e propósitos em comum. É um estadista que lidera não só nosso país, mas o mundo todo, um presidente que sabe como nos manter seguros e fortes”, filosofou a pré-candidata.

Obama, por sua vez, declarou que confia no “pulso firme” de Hillary em relação aos obstáculos que enfrentará caso venha a ser eleita a próxima presidente dos EUA.

“Estou aqui porque acredito em Hillary Clinton. Tenho certeza que ela não vai se render, não importa quão difícil seja o desafio”, disse o presidente.

Após mais elogios a Hillary, Obama disse que os estadunidenses terão de tomar uma decisão sobre apoiar dois projetos “muito diferentes de país”, que “nem sequer se tratam de direita ou esquerda”.

“Há uma tentativa de se voltar a um passado imaginário, ou brigar pelo futuro”, disse em referência ao virtual candidato republicano à presidência, Donald Trump.

O comício aconteceu no mesmo dia que o Birô Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) afirmou que Hillary expôs informações confidenciais enquanto era secretária de Estado.

Mesmo assim, segundo o diretor do FBI, James Comey, a pré-candidata não deverá ser acusada pelo uso de vários servidores de e-mail particulares para lidar com assuntos oficiais quando ocupava o cargo, de 2009 a 2013.

“Mostramos à Justiça nossa visão de que não devem ser apresentadas acusações neste caso”, disse Comey em entrevista coletiva na sede do FBI, em Washington.

O diretor do FBI declarou que Hillary, durante seu mandato como secretária de Estado, usou vários dispositivos móveis, como telefones celulares, para ter acesso a vários servidores particulares de e-mail, nos quais administrou assuntos oficiais e confidenciais durante os quatro anos que esteve no comando da diplomacia estadunidense.

“Embora não tenham sido encontradas provas claras de que a secretária Hillary ou seus companheiros tivessem intenção de violar as leis que regem o controle de informação sigilosa, há evidência de que foram extremamente descuidados em sua administração de informações muito sensíveis, altamente confidenciais”, disse Comey.

Ele apontou que “é possível” que atores externos e hostis aos EUA tenham tido acesso a informações sigilosas do governo através da conta de e-mail de Hillary, embora tenha ressaltado que “não se encontraram provas” da intrusão de hackers.

A recomendação do FBI é provisória e a decisão definitiva depende do Departamento de Justiça. No entanto, conforme disse na semana passada a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, a decisão do FBI terá caráter definitivo e será acatada.