Líderes comunistas cobram fim da Era Cunha no parlamento

Nesta terça-feira (2), na volta dos trabalhados legislativos, lideranças do PCdoB na Câmara dos Deputados cobraram do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mais agilidade no andamento do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os deputados Daniel Almeida (Líder do PCdoB) e Jandira Feghali (Líder da Minoria) pedem que a cassação avance no Plenário.

Deputados comemoram afastamento de Cunha da Câmara - Agência Câmara

No dia 14 de julho, o deputado afastado teve sua última cartada rejeitada pela Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania (CCJC), que validou a deliberação do Conselho de Ética, pedindo a interrupção de seu mandato.

Agora, a derradeira votação depende que o novo presidente da Câmara, Maia, paute o assunto e libere a leitura do relatório da CCJ para que os prazos comecem a contar.

“Não cabe mais protelação e violação regimental. Queremos que seja lida a decisão e que a cassação de Eduardo Cunha seja votada esta semana ou na próxima, no máximo”, defende a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O fim do capítulo Cunha na Câmara, no entanto, ainda está longe do desfecho. Desde que assumiu a presidência da Casa, Maia vem declarando que só irá pautar o tema quando o quórum estiver alto. Esta semana, a desculpa da vez é a votação da proposta sobre a renegociação da dívida dos estados. Para Rodrigo Maia, se a cassação de Cunha for lida antes da votação, o projeto não anda – como o acordado com o governo do interino Michel Temer.

De acordo com ele, o parecer da CCJ deve ser lido só a partir de quarta-feira (3), mas deve mesmo ficar para a próxima semana. Com isso, a cassação de Cunha esbarra em mais um entrave: as eleições municipais. Líderes da oposição consideram que essa morosidade pode ser um indicador de que Maia esteja tentando protelar o processo.

Para o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), qualquer nova protelação gera suspeita. “Estamos cobrando do presidente da Câmara essa data, pois há uma expectativa do Brasil inteiro, além de uma necessidade de a Câmara deliberar sobre isso. Mas nunca devemos duvidar da capacidade de manobras que Eduardo Cunha tem demonstrado ter. Ainda tem muita gente aqui dentro com receio do que foi a presença dele, das informações que ele tem e das reações que ele possa ter. Mas já passou da hora de acabarmos com essa presença putrefata dele aqui na Casa. Espero que a gente fique livre rapidamente”, diz.