Padres argentinos fazem greve de fome pela liberdade de Milagro Sala

A repressão e a perseguição política na Argentina de Maurício Macri toma proporções cada vez maiores. A líder indígena da comunidade Tupac Amaru, Milagro Sala, presa em 16 de janeiro deste ano, permanece atrás das grades sem julgamento. O grupo de padres “Opção pelos pobres”, informou nesta quarta-feira (17) que começará uma greve de fome, num acampamento na Praça de Maio, em Buenos Aires, em solidariedade à dirigente.

Por Mariana Serafini

Milagro Sala - La Nación

São, no total, 68 sacerdotes que se unem aos dirigentes de organizações sociais já acampados na praça para pedir a liberdade da ativista. Eles consideram que Milagro é a primeira presa política do governo da Argentina administrada por Maurício Macri.

O padre Francisco Paco Oliveira, muito reconhecido na Argentina por seu envolvimento com questões sociais, começou a greve de fome já na segunda-feira (15). Outros dirigentes de movimentos e sindicatos se propuseram a permanecer 24 horas em jejum.

A própria Milagro Sala começou uma greve de fome na prisão, no dia 12 deste mês. Mas devido às súplicas da família, interrompeu o protesto porque sua situação no cárcere já é debilitada.

Em um comunicado oficial o grupo dos padres “Opção pelos pobres” explicou que “os militantes e padres de nosso país, se sentem representados por Oliveira, no acampamento e na greve de fome. Declaramos greve de fome por 24 horas, com início nesta quinta-feira (18), até sexta-feira (19)”.

Milagro Sala foi presa no dia 16 de janeiro em sua casa. Ela é a presidenta da organização social Tupac Amaru, que desenvolve na Argentina um programa de moradias populares similar ao Minha Casa, Minha Vida, no Brasil. Na ocasião ela coordenava um acampamento em frente ao palácio do governo da província de Jujuy para pedir uma audiência com o governador sobre o programa.

Acusada de “perturbar a ordem” e “interromper vias públicas”, Milagro foi detida e desde então não vê possibilidades de voltar à liberdade. Ativistas pelos direitos humanos de todo o mundo, e até mesmo o Papa Francisco, já intercederam junto ao presidente Maurício Macri pela liberação imediata da ativista, considerada atualmente uma presa política.