FITmetal condena ações do antipopular Temer em seus 100 dias

Diversas pesquisas apontam que os brasileiros querem novas eleições. A pesquisa CartaCapital/Vox Populi, divulgada no início de agosto, indica que 61% da população querem eleições antes de 2018. Os institutos Ibope e Paraná Pesquisa apontam o mesmo caminho, respondido por 63% dos entrevistados. 

Fora Temer - Jeff Pachoud/AFP

Apesar de o Datafolha omitir, a sua pesquisa de 14 e 15 de julho aponta que 62% dos brasileiros gostariam que Dilma e Temer renunciassem para que ocorra novo pleito presidencial. Todos esses dados, com valores percentuais muito próximos, demonstram que o governo interino de Michel Temer não tem respaldo do povo brasileiro.

Para Marcelino Rocha, presidente da FITMetal, muitos dos que achavam que a retirada de Dilma Rousseff traria mudanças imediatas para o país já viram que estavam errados. “Em todas as pesquisas, nenhuma aponta uma continuidade para Temer. Ele é rejeitado pelo povo. Isso revela que ele não tem autoridade para fazer campanha para os candidatos PMDB e seus aliados, como também não tem autoridade para pedir votos para aliança que, supostamente, apoia o seu governo”, afirma.
 
Segundo o Marcelino, as mensagens do governo interino estão distantes das expectativas e das necessidades do povo. Os mais de cem dias de governo interino já foram tempo suficiente para provar isso. Nesse período o desemprego aumentou para 11,6%, a maior taxa desde o início da série histórica, iniciada em 2012, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua), do IBGE.
 
“Em primeiro lugar tivemos o crescimento do desemprego pela ausência de uma política, seja voltada para o mercado interno ou externo. Existe também o problema do custo de vida, tendo como referência o preço do leite e do feijão, que são os símbolos. Outro problema latente é a possibilidade do fim da política de reajuste do salário mínimo, que foi um grande impulsionador para que as demais categorias lutassem por aumento real de salário”, diz.
 
O presidente da FITMetal lembra que a não ida de Michel Temer à cerimônia de encerramento das Olimpíadas só reiterou a situação de golpe em curso no Brasil. “Foi a primeira vez na história que os Jogos Olímpicos terminam sem a representação de um chefe de Estado do país-sede”, dispara.
 
O secretário de Comunicação da FITMetal, Valdir Silva, lembra outras medidas que podem prejudicar os trabalhadores. “Temos a possibilidade do negociado prevalecer sobre o legislado nas relações trabalhistas, como também existem propostas de reforma da Previdência e de liberalização da terceirização”, comenta Valdir.
 
Centrais Sindicais contra retrocessos
 
No dia 26 de julho, em São Paulo, as seis maiores centrais sindicais se reuniram na “Assembleia Nacional dos Trabalhadores pelo Emprego e Garantia de Direitos”. De acordo com Marcelino, a assembleia teve um simbolismo muito grande do ponto de vista da resistência aos ataques e aos direitos dos trabalhadores brasileiros, pois esse encontro não acontecia desde junho de 2010, quando houve a realização da Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) – onde foi fundada a FITMetal.
 
“Em razão desse período de distanciamento tivemos dificuldade para as eleições de 2014, o que contribuiu para o nosso projeto jurídico ficar enfraquecido por causa da nossa divisão. Mas agora, com um amadurecimento oportuno e necessário, foi retomada a unidade em cima de uma agenda concreta de luta em defesa da classe trabalhadora brasileira”, conclui o presidente da Federação.