Duvivier detona apoio ao golpe de "Dona Folha"

O ator Gregório Duvivier, colunista da Folha de São Paulo, publicou artigo em que critica o editorial do jornal que pede a repressão policial contra os manifestantes que têm saído às ruas em defesa da democracia e pedeindo o Fora Temer.

Gregorio duvivier

No artigo intitulado “Dona Folha, tá difícil te defender", Duvivier trata o jornal dos Frias como uma velha senhora conservadora.

"Concordo quando a senhora diz que uma ditadura se avizinha, mas discordo que são os "black bloc" que vão tomar o poder. Dona Folha, a senhora já conheceu um "black bloc"? "Black blocs" em geral têm 12 anos, espinhas e mochila cheia de roupa preta e remédios pra acne. Concordo que existem muitas razões pra ter medo. Mas não pelas mesmas razões. O vampiro que nos governa acaba de recriar o Gabinete de Segurança Institucional. O ministro da Justiça pede menos pesquisa e mais armamento. Uma jovem perde um olho atacada pela polícia. Uma presidenta democraticamente eleita é derrubada porque teria cometido um crime, mas não perde os direitos políticos porque afinal ela não cometeu crime nenhum. O Senado que a derrubou por causa de créditos suplementares muda a lei em relação aos créditos no dia seguinte à sua queda", rebate Duvivier.

O ator lembrou ainda que o nazismo na Alemanha começou não com os protestos, mas com Hitler combatendo os "fanáticos da violência". “Não sei se por ignorância ou cinismo, a senhora ignorou o fato de a Alemanha nazista não ter sido criada pelos "fanáticos da violência". Como bem lembrou Bruno Tortura, a Alemanha nazista se consolida quando Hitler culpa os tais baderneiros pelo incêndio do Reichstag e cria um Estado de exceção com o objetivo de "reprimir baderneiros" – igualzinho a senhora tá pedindo”, enfatizou.

Por fim, ele afirma que ao se alinhar com o golpismo a Folha não está fazendo jornalismo. "Um jornal é do tamanho dos inimigos dele. Quando a senhora pede maior repressão a adolescentes desarmados, se alinha com o mais forte e faz vista grossa pra truculência. Jornalismo, pra mim, era o contrário", disse.