Deputado denuncia propostas desiguais de Temer para agricultura  

“Para o agronegócio, promessas de bom futuro; para a agricultura familiar e para os assentados da reforma agrária, o desmonte, rápido, sem trégua e total, executado em meio a promessas irresponsáveis, intenções fraudulentas e acenos enganosos que decisões, ações e omissões denunciam a cada dia.” Essa é a avaliação feita pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e deputado Patrus Ananias (PT-MG), diante da proposta orçamentária do presidente ilegítimo Michel Temer. 

“Os usurpadores confirma as piores perspectivas, as mais dramáticas previsões que seu assalto ao governo permitia vislumbrar para as políticas sociais, incluídas aquelas destinadas a favorecer a agricultura familiar e a reforma agrária”, diz o parlamentar em nota divulgada à imprensa.

“Os governantes ilegítimos que praticam essa perversidade contra a agricultura familiar, contra a produção de alimentos e, assim, contra o povo do Brasil, não a repetem no tratamento ao agronegócio. Ao contrário, diz a mídia que o governo dos usurpadores propõe aumentar em quase R$ 1,5 bilhão as verbas de estímulo ao desenvolvimento do agronegócio. E também aumentar em R$ 2,1 bilhões, comparativamente ao orçamento de 2015, as subvenções para investimentos de agroindustriais e grandes produtores rurais”, destaca Ananias.

“Maldade anunciada”

O projeto de lei do orçamento da União para 2017, recém enviado ao Congresso, evidenciam reduções graves nos recursos para obtenção de terras e para assistência técnica e extensão rural. O governo propõe R$ 201,7 milhões para obtenção de terras e R$ 333,5 milhões para assistência técnica.

A proposta aponta ainda que a dotação para desapropriações em 2017 é 72% menor do que a de 2014 (R$ 720,5 milhões) e quase 64% inferior à de 2016 (R$ 551,8 milhões). “Trata-se de maldade anunciada. O Incra dos novos tempos sombrios proclamou em agosto que não haverá meta de criação de assentamentos em 2017”, afirma o deputado no texto.

No caso da assistência técnica para agricultores familiares e assentados da reforma agrária, a dotação prevista para 2017 é inferior em quase 70% à de 2014 (R$ 1,1 bilhão) e em quase 45% à de 2016 (R$ 601,4 milhões).