Estudo: A Terra perde parte de sua natureza virgem

Cerca de 10% da superfície de natureza virgem do planeta, ao redor de 3,3 milhões de quilômetros quadrados, desapareceu nas últimas duas décadas, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira em Canberra, na Austrália.

Paisagem da Amazônia - Prensa Latina

De acordo com a pesquisa, da qual participaram vários países, a maior parte dos danos se localizam na Amazônia e na África Central.

Apesar de serem os redutos da biodiversidade em perigo e de contribuírem para regular os climas locais e na manutenção de muitas comunidades indígenas, as áreas silvestres estão desaparecendo diante de nossos olhos, indicou em um comunicado William Laurance, especialista da Universidade James Cook na Austrália, que participou do estudo.

Segundo o projeto, liderado por James Watson, da Sociedade para a Conservação da Vida Silvestre no Canadá (WCS, sigla em inglês) e da Universidade de Queensland, a América do Sul perdeu cerca de 30% de suas terras silvestres, intactas pelo homem, desde o início de 1990, enquanto a África, ao redor de 14%.

Cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, revelaram os cientistas, que equivalem a 23% da área terrestre do planeta, ainda se conservam em estado virgem, especialmente na América do Norte, no norte da Ásia, norte da África e na Austrália.

Para obter dados mais precisos, os pesquisadores elaboraram um mapa biológico e ecológico das zonas do planeta que não são perturbadas pela presença humana e depois o compararam com outros similares elaborados no início da década de 1990.

A pesquisa alerta sobre a necessidade de implementar políticas internacionais urgentes para conservar as terras selvagens que ainda restam antes que seja tarde demais.

Provavelmente, temos uma ou duas décadas para reverter esta crise, avaliou Laurance, ao considerar que a ONU e outros organismos mundiais ignoram a situação nos acordos multilaterais sobre o meio ambiente.

Uma vez que desaparecem as terras virgens não se consegue recuperá-las, a única opção é proteger proativamente a natureza que nos resta, concluiu o especialista da universidade australiana.