Bancários: Greve continua firme e forte no Ceará

Durante vários dias, os bancos ficaram em silêncio e ignoraram a disposição de luta dos bancários, sem retomar as negociações. Essa postura das instituições financeiras só fez ampliar ainda mais a greve dos bancários, que completou na última quarta-feira (28), vinte e três dias de paralisações em bancos públicos e privados em todo o Estado.

Deputados manifestam apoio à greve dos bancários

A intransigência dos bancos só aumentou a insatisfação da categoria e incentivou o crescimento da greve em todo País. No Ceará, a adesão está em 77%, o que corresponde a 431 agências fechadas das 562 existentes. As reivindicações são justas, principalmente em face dos lucros estrondosos dos bancos nos últimos anos. Somente nos primeiros seis meses de 2016, as maiores instituições acumularam R$ 30 bilhões.

A greve é culpa dos bancos e os bancários reivindicam respeito e dignidade de um dos setores mais rentáveis de economia, que tem a obrigação de valorizar seus funcionários, gerar empregos e melhorar as condições de trabalho.

Os bancários manifestam a disposição para continuar na luta, continuar com a greve até a apresentação pelos bancos de uma proposta para atender as reivindicações da categoria.

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Foram mais dois dias de negociação à espera de uma proposta que valorize os bancários, só que novamente a Fenaban optou por desrespeitar a categoria. O acordo de dois anos proposto na última quarta-feira (28) pelos bancos mantém os 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,5 mil, agora em 2016, e reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, em 2017.

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na própria mesa de negociação, por considerar insuficiente, com perdas para os trabalhadores e orienta que os sindicatos realizem assembleias em suas bases, na próxima segunda-feira (03), para debater e organizar os rumos do movimento.

O Comando Nacional dos Bancários reiterou que continua à disposição da Fenaban para ter uma proposta que permita resolver a Campanha Nacional sem perdas para os bancários e bancárias.

A greve dos bancários chegou ao 23º dia com 13.254 agências e 28 centros administrativos com atividades paralisadas na quarta-feira. O número representa 57% dos locais de trabalho em todo o Brasil.