Milhares de colombianos saem às ruas para defender a paz

Os colombianos que votaram pelo “sim” no plebiscito para referendar os acordos de paz se mobilizaram em grandes marchas pelo país na noite desta quarta-feira. Eles buscam reverter o resultado que recusou o Acordo de Paz assinado entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a fim de encerrar o conflito que dura 52 anos.

Manifestação pela paz na Colômbia - Efe

O movimento estudantil também integra a mobilização e estudantes de 15 instituições de Bogotá – públicas e privadas – promoveram nesta quarta-feira (5) a Marcha Universitária pela Paz. Eles exigem que os políticos tenham capacidade de defender a paz antes de suas divergências ideológicas.

“Queremos demonstrar que a paz não é questão de um partido nem de um personagem, a paz é da Colômbia. Nossa intenção não é polarizar mais, é fazer um chamado de atenção aos políticos, aos que ocupam os altos postos que têm uma dívida histórica com a Colômbia”, afirmou Paula Salinas, estudante da Universidade dos Andes, organizadora do evento.

Paula lamentou o resultado do plebiscito e deixou claro que independente disso, os dirigentes políticos devem se empenhar para construir a paz sólida e duradoura. “No domingo se votou ‘não’, mas agora olhamos para a frente; queremos que os [representantes] do ‘não’ e os do ‘sim’ dialoguem e negociem a paz de imediato; que isto não se adie por questões políticas”.

Outros manifestantes se reuniram ainda na tarde desta quarta-feira (5) em frente ao palácio do governo onde o presidente Juan Manuel Santos teve uma reunião com o principal porta-voz do “não”, o líder de direita Álvaro Uribe. Eles exigem que sejam deixados de lado os interesses das grandes elites a fim de encerrar o conflito que já causou muitos traumas à população colombiana.

“Queremos um país unido, estamos cansados da guerra, a vida dos colombianos deve ter paz e para isto se necessita da restauração social de diversos grupos que foram afetados pelo conflito”, disse um dos manifestantes em entrevista à Telesur.

As principais manifestações aconteceram nas cidades de Bogotá, Barranquilla, Cali, Cartagena, Quibdó, Bucaramanga, Santa Marta, Manizales e Medellín.