Padeiros rejeitam proposta dos patrões que retira direitos 

O Sindicato dos Padeiros de São Paulo participou quarta (19) da primeira rodada de negociação da Campanha Salarial 2016. No encontro, na sede da entidade patronal, os patrões apresentaram um panorama negativo do segmento, alegando que o setor está falido por conta da crise econômica do País. 

Chiquinho Pereira, presidente do sindicato dos padeiros

Os empregadores ofereceram um reajuste de salário de 6% dividido em duas vezes, em novembro deste ano e junho de 2017. Além disso, o sindicato patronal continua insistindo na proposta de suspensão de cláusulas econômicas e sociais da Convenção Coletiva, que já foi rechaçada pelos trabalhadores. 

O presidente do Sindicato, Chiquinho Pereira, disse nesta quinta-feira (20), em entrevista à Rádio Web Agência Sindical, que os dirigentes patronais foram lembrados que os trabalhadores não são culpados por essa crise e, mesmo assim, têm sido suas principais vítimas. 
 
“Chega a ser desumano o que estão propondo para a nossa categoria. Eles acreditam que o trabalhador pode abrir mão da cesta básica que, muitas vezes, é a principal fonte de alimentação da família do trabalhador”, denuncia Chiquinho Pereira.
 
O sindicalista afirma que a categoria não vai abrir mão dos direitos que constam na Convenção Coletiva de Trabalho, nem aceitará essa proposta de 6%. 
 
Chiquinho ressaltou que o Sindicato está realizando negociações paralelas, diretamente com as empresas. Segundo o dirigente, as próprias padarias não entendem os motivos do sindicato patronal endurecer tanto as negociações. “A crise existe, mas não está afetando tanto o negócio das padarias, que, de forma geral, não está tão ruim", diz.
 
Pereira diz que, o sindicato tem hoje uma quantidade muito grande de acordos coletivos feitos com as empresas, todos eles com aumento real. "Não é um grande aumento real, mas tem aumento real em todas essas propostas" afirma.
 
Nova rodada de negociação foi marcada para o dia 26 de outubro, às 16 horas, no sindicato patronal. A próxima assembleia dos padeiros está marcada para o dia 28 de outubro (sexta), às 16 horas, na sede (rua Major Diogo, 126, Bela Vista).
 
A categoria continua em estado de greve e, caso não haja avanço nas negociações, pode haver uma greve de amplas proporções. “Não aceitaremos que mexam nos nossos direitos e queremos, no mínimo, um reajuste vinculado ao INPC”, finaliza Chiquinho Pereira.