Temer promove encontro para tentar abafar repercussões do golpe 

Receoso de que a disputa entre os poderes exponha ainda mais as repercussões do golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff e a democracia e atrapalhe a votação da PEC 241, que congela os gastos públicos por 20 anos, o presidente ilegítimo Michel Temer convidou para um almoço, nesta quarta-feira (26), no Palácio do Planalto, os presidentes do Senado, Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Temer promove encontro para tentar abafar repercussões do golpe - Agência Senado

A tentativa pode não surtir o efeito desejado. A ministra Carmém Lúcia, presidenta do STF, declinou do convite alegando “agenda cheia”. Mais cedo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) também indicou que não participaria do encontro caso o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, participasse.

“Ministro da Justiça? Ele representa qual Poder?”, questionou Renan, nesta terça-feira (25), ao anunciar o convite para o almoço. “Teria muita dificuldade de participar de qualquer encontro com o ministro da Justiça que protagonizou um espetáculo contra o Legislativo”, completou.

Renan disse ainda que “essa reunião com os presidentes dos poderes é uma boa iniciativa do presidente Michel Temer. O Brasil já vive tantas crises e nós não podemos deixar que elas se desdobrem em algo maior que é a crise institucional”, disse Renan.

Sobre a polêmica com a presidenta do STF, Renan disse que “a ministra fez exatamente, como presidente do STF, o que eu fiz ontem como presidente do Senado Federal”. Mas acrescentou que “faltou uma reprimenda ao juiz de primeira instância que usurpou a competência do STF, porque, toda vez que isso acontece, quem paga a conta é o Legislativo e sinceramente, respeitosamente, não dá para continuar assim. Enquanto esse juiz ou qualquer outro usurpar a competência do STF, eu sinceramente não posso chamá-lo no aumentativo”, finalizou Renan.