Senado do México: vitória de Trump coloca em risco todo o mundo

O triunfo de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA é um risco para todo o mundo, disse na madrugada desta quarta-feira a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado do México, Gabriela Cuevas Barron.

Donald Trump

"Os grandes riscos que representa Trump não são apenas para o México, mas também para os Estados Unidos, porque terá uma maioria republicana em ambas as câmaras do Congresso, o que o torna um presidente particularmente poderoso. Será um presidente que não teve tempo de conhecer em qual realidade se encontram os EUA, a sua relação com os dois vizinhos cruciais, México e Canadá, e as dificuldades com o resto do mundo", disse a legisladora de 37 anos, que chefia a comissão das relações com o mundo do Poder Legislativo do México.

Trump "será um presidente complicado desde cedo, já acusou um colapso das bolsas e da taxa de câmbio do peso frente ao dólar". Desde que se iniciou o triunfo de Trump, percebe-se "um enorme nervosismo, não só na América do Norte, mas em todo o mundo", afirmou.

A presidência, que será chefiada pelos próximos quatro anos por Trump, está cercada de "indícios ruins, há sinais muito fortes de preocupação, mas o maior temor estaria ligado ao fortalecimento populista de todos os tipos, além da corrente ideológica de onde surgem", acrescentou Gabriela Cuevas Barron. Ela também destacou que, "sem dúvida alguma, a partir de hoje, a vida dos mexicanos nos EUA será muito difícil, pois a semente de ódio semeada na campanha permanece, e através do governo de uma potência, esse ódio poderia propagar para o poder público, sendo ainda mais grave. A vitória do excêntrico magnata nova-iorquino 'não é uma boa notícia para o mundo, não sendo em termos de tolerância nos EUA, sendo este, um país historicamente muito diverso, político, cultural e religiosamente'".

Se analisarmos os EUA de acordo com a qualidade de vida, "a atual geração não possui as mesmas expectativas dos jovens de antes, isso poderia explicar a desilusão dos norte-americanos, levando-os a se expressar com raiva". No entanto, afirma a dirigente do senado, "a raiva nem sempre é o melhor conselheiro, o eleitorado optou por alguém que muito dificilmente poderá retirar um país — tão diversificado e complexo — de uma crise". O desafio dos EUA com Trump na Casa Branca estaria ligado ao "impedimento da queda e ruptura da economia para que ela volte a oferecer melhores condições de vida para a geração seguinte", concluiu Cuevas Barron.