Cariri: Diretoria de Mulheres da UJS repudia agressão de universitária

Uma estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA) foi agredida com um chute no rosto, em Juazeiro do Norte, na última quarta-feira (09), por um universitário e ex-policial, aluno do curso de Filosofia da mesma instituição. A aluna fazia parte da manifestação contra a PEC 55, que limita gastos do governo por até 20 anos.

Cariri: Diretoria de Mulheres da UJS repudia agressão de universitária

As imagens gravadas por outro aluno demonstram a covardia, a violência e o ato desproporcional do agressor, que foi preso e liberado após instauração de procedimentos legais.

O caso ocorreu quando os manifestantes organizavam um sarau, primeiro ato da ocupação do Campus da UFCA, e o acusado se aproximou, iniciou a discussão e agrediu a estudante. As testemunhas afirmam, e o vídeo comprova, que ele já chegou ofendendo e dizendo que, caso fosse desacatado, daria voz de prisão. Em protesto, a estudante, apesar de estar sentada no chão e não demonstrar ameaça, recebeu o golpe no rosto. A Polícia Militar foi acionada e conduziu o agressor à Delegacia, onde ele foi liberado em seguida. O vídeo foi postado nas redes sociais e rapidamente foi compartilhado, gerando revolta e indignação.

Opiniões

Em nota, o Centro Acadêmico Xico Sá repudiou todo e qualquer tipo de agressão, bem como casos de homofobia e machismo e ressaltou que “o caso aconteceu no período normal de aula e que a ocupação ainda não começou”.

A UFCA também repudiou “qualquer ato de homofobia e/o quaisquer violências contra gêneros e orientações sexuais dentro e fora dos campi desta Universidade”. Em nota, a instituição afirmou que a Universidade “tomará imediatamente medidas cabíveis para que o estudante agressor responda por seus atos”, e acrescentou que “dará todo o apoio necessário aos estudantes agredidos”.

A UJS de Juazeiro do Norte também emitiu nota condenando a agressão. No documento, a entidade destaca artigo da Lei Maria da Penha. “O Artigo 2 fala que toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”.

Leia a seguir a íntegra da nota:

“A Diretoria de Mulheres da UJS demonstra por meio desta nota Repúdio ao ato cometido contra a estudante universitária em Juazeiro do Norte. O fato ocorreu no princípio da construção de um ato contra a PEC 55, realizado por acadêmicos na Universidade Federal do Cariri (UFCA), na qual terminou em agressão na noite do dia 09/10/2016. Uma universitária do curso de Jornalismo foi agredida com um chute no rosto por outro estudante, identificado como Marcos Alan, policial militar reformado e acadêmico do 2º semestre do curso de Filosofia da UFCA.

De acordo com a Lei Maria da Penha, N° 11.340, o Art. 2 fala que toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Não podemos compactuar com esse tipo de prática. Portanto vamos denunciar pessoas machistas que agridem mulheres, seja agressão verbal ou física. Perante a lei, somos todos iguais.

Mulher não merece apanhar, mulher merece ser reconhecida, valorizada, e aceita como uma pessoa igual a qualquer homem”.