Ester Drummond lança livro Exílio em Belo Horizonte neste sábado
Maria Ester Cristelli Drummond Maillard (Teínha), exilada em Paris desde o assassinato de seu marido, João Batista Franco Drumond, pela ditadura militar, está de passagem pelo Brasil para o lançamento do seu livro “Exílio”. A mineira que mora a 40 anos na capital francesa lançará a sua obra em terra natal, Belo Horizonte, em Minas Gerais, neste sábado (12), às 10 horas na Livraria Asa de Papel. O evento é organizado pela Comissão da Verdade de Minas Gerais.
Publicado 11/11/2016 12:59
Atualmente, a psicanalista brasileira, radicada na França é membro da École de la Cause Freudienne e da Associação Mundial de Psicanálise. Conheceu a psicanálise já na França trabalhando em um Centro Médico-Psicológico.
Professora nomeada em Minas Gerais, começou, segundo seu próprio depoimento, com atividades no campo social, participando da alfabetização de adultos em favelas e também na área da educação sanitária e social no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte. Ao mesmo tempo, encontrou no movimento estudantil, o Centro Popular de Cultura – CPC e foi ainda militante da Ação Popular (AP) desde 1964. “O importante é que as obras artísticas promovidas pelo CPC passaram a iluminar minhas escolhas”, disse em entrevista.
Obra
O livro Exílio é um resgate particular da experiência de Ester e suas duas filhas durante o sombrio tempo da ditadura militar, responsável por violar direitos civis e humanos e que causou a morte de seu marido em 1976.
“Exílio é um exercício de liberdade, de esperança, de apelo à justiça e de resgate da memória, sendo, ao mesmo tempo, um testemunho das escolhas e dos acontecimentos da vida da autora”, diz o prefácio do livro.
João
O mineiro de Varginha, João Batista Franco Drummond, era economista e guerrilheiro brasileiro, militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), do qual foi dirigente. Viveu na clandestinidade durante 10 anos, sendo assassinado, com apenas 34 anos, no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa. No local onde João foi preso no dia 15 de dezembro de 1976, foram assassinados os militantes comunistas Pedro Pomar e Ângelo Arroyo.
Goiás
Ester esteve no dia 5 de novembro deste ano em Goiânia-Goiás, cidade onde morou com João ainda na clandestinidade. A casa foi a última residência fixa da jovem família, forçada a se separar por conta da repressão. Em 2010, Ester voltou à capital goiana pela primeira vez em mais de 35 anos e foi entrevistada por Paulo Victor Gomes. A matéria foi publicada na página estadual do Portal Vermelho. Com o retorno a Goiânia neste ano, para o lançamento do seu livro, Ester concedeu uma entrevista, base do artigo do jornalista Renato Dias.
Registro de óbito
A família de João Batista Drummond, foi a primeira a entrar com o pedido de retificação de registro de óbito no Brasil atestando que a causa da morte do militante foi decorrente de torturas praticadas pelo Estado brasileiro.
Serviço:
Data: 12/11/2016 – sábado (12)
Horário: às 10 horas
Local: Livraria Asa de Papel (Café e Arte)
Endereço: Rua Piauí, 631, Santa Efigência
Belo Horizonte-MG