Temer diz a Moro que irá prestar depoimento por escrito sobre Cunha

Arrolado como testemunha de defesa do amigo e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Michel Temer enviou um ofício ao juiz federal Sérgio Moro informando que prestará depoimento por escrito no processo no âmbito da Operação Lava Jato.

Eduardo Cunha e o dilema de Temer - Divulgação

Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o ofício foi enviado a Moro na última quarta-feira (9). Cunha, que está preso desde o dia 19 de outubro, também arrolou outros correligionários de partido como o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG). O ex-presidente Lula também foi incluído na lista.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o professor de direito penal da PUC de Minas Gerais, Leonardo Isaac Yarochewsky, explicou alguns dos possíveis motivos que levaram a defesa de Eduardo Cunha a arrolar aliados e adversários políticos como testemunhas de defesa.

“Temos que distinguir duas coisas. Uma é arrolar a testemunha para comprovar sua inocência, contestar a acusação, para contraditar a própria acusação. Outra é arrolar a testemunha para constrangê-la”, frisou o professor.

Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.