Novas ocupações ampliam resistência à reforma do ensino médio
Em Pernambuco, prédios de 26 escolas de nível médio e institutos de referência e de 15 universidades públicas estão ocupados por estudantes que protestam contra a reforma do Ensino Médio (MP 726) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que limita os gastos públicos durante 20 anos, com forte impacto na saúde e na educação. As duas propostas tramitam, atualmente, no Congresso Nacional.
Publicado 18/11/2016 17:52 | Editado 04/03/2020 16:55
No Recife, estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Porto Digital ocuparam nesta quinta-feira (17) o prédio da unidade de ensino, localizada no Bairro do Recife. Na quarta-feira (16), o Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, Centro do Recife, também foi ocupado por alunos.
Pelo menos outras duas escolas da rede estadual também permanecem ocupadas no Recife: a Escola Estadual Martins Júnior, no bairro da Torre, e a EREM Cândido Duarte, em Apipucos. Na Martins Júnior, o ato conta com mais de cem apoiadores entre alunos e ex-alunos do ensino médio e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Na manhã desta sexta-feira (18), centenas de estudantes participaram da audiência pública promovida pelas Comissões de Cidadania e Direitos Humanos e a de Educação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A expressiva presença de alunos levou a direção da Casa a transferir a reunião do plenário para a área externa do prédio.
No interior do estado, estão ocupadas a Escola de Aplicação Professor Chaves (UPE) em Nazaré da Mata, na Mata Norte, a primeira a aderir ao protesto, bem como as escolas estaduais Antônio Padilha e Professora Adelina Almeida, em Petrolina, no Sertão.
Universidades
Após sete dias de ocupação, os estudantes da Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (FDR/UFPE) têm até às 18h desta sexta para desocupar o prédio, onde as atividades devem ser normalizadas a partir de amanhã (sábado). O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União(DPU) vão acompanhar a saída dos manifestantes do prédio, que será vistoriado em seguida pela UFPE. A desocupação voluntária foi resultado de acordo firmado nesta quinta-feira (17) entre o movimento estudantil, a FDR, o MPF e a DPU, sob a mediação do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
Na UFPE, os estudantes continuam ocupando as instalações de dois centros de ensino. Prossegue também a greve dos professores da instituição deflagrada na quarta-feira (16) por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada em assembleia geral realizada quinta-feira (10). A greve geral e unificada em Pernambuco é conduzida pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) em consonância com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e as centrais sindicais.
A categoria luta contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que congela investimentos em áreas importantes, como saúde e educação, por 20 anos. A PEC 55 tramita no Senado Federal; contra o Projeto de Lei Complementar 257 (PLP 257/16), que estabelece o Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal, além de outras medidas como a reforma da Previdência. As propostas do atual governo provocarão perdas de direitos trabalhistas e cortes nas áreas de educação e saúde e em programas sociais, como o Bolsa Família. A reforma do ensino médio é também alvo da paralisação dos docentes.
Atividade cultural
Os estudantes que ocupam o campus da UFPE promovem neste sábado (19) uma série de atividades culturais. Clique no link e assista ao vídeo com a programação.
Audicéa Rodrigues, com informações do DP e LeiaJáPE.
Do Recife