Eliana Gomes: Enfrentar a violência e garantir vida digna às mulheres

"É indispensável o fortalecimento das nossas ações, a incessante luta pela ampliação da rede de atendimento às mulheres e das políticas públicas de geração de emprego e renda, incentivando a autonomia feminina para romper, definitivamente, com o ciclo de violência. E jamais esqueçamos: investigação e punição para os acusados de feminicídio”.

Por *Eliana Gomes

violência doméstica - Reprodução

Amanhã, 25 de novembro, é o dia de enfrentamento à violência contra a mulher. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha revelou que 85% das pesquisadas se sentem inseguras ao andar pelas ruas. Esse dado, infelizmente, mostra a realidade vivenciada por nós todos os dias: a luta contra a ofensiva dos discursos e atitudes machistas, que resultam em violências físicas e psicológicas.

Cito o lamentável ocorrido com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Guaiúba, Maria das Graças da Silva, que teve a vida ceifada de forma brutal pelo ex-marido. Esse caso é resultado de uma cultura de dominação patriarcal e misógina existente na sociedade. Não podemos tolerar que, nós, mulheres, sejamos submetidas a permanecer em relacionamentos abusivos, sendo atormentadas, violentadas e mortas.

É indispensável o fortalecimento das nossas ações, a incessante luta pela ampliação da rede de atendimento às mulheres e das políticas públicas de geração de emprego e renda, incentivando a autonomia feminina para romper, definitivamente, com o ciclo de violência. E jamais esqueçamos: investigação e punição para os acusados de feminicídio.

É importante reforçar a frase dita pelo movimento de mulheres, e que pronunciamos sempre: “devemos ocupar os espaços de poder e decisão”, pois precisamos de todas nessa batalha. É fundamental lutar pelo empoderamento feminino, dialogando também com as Casas Legislativas e Poder Público. Os debates e as iniciativas que são resultados da participação feminina ativa podem ser transformados em projetos de lei, e esse é um meio para garantir a execução de mais direitos.

Neste ano, tão conturbado para a democracia, é mais do que necessário se posicionar em todos os ambientes, sejam virtuais, sejam presenciais, porque devemos expor ideias e conscientizar os diversos setores da sociedade, pois uma vida segura para as mulheres também faz parte da luta por justiça e igualdade social.

Com essa união, vamos conseguir construir um caminho de paz e liberdade para fazer valer a memória de tantas guerreiras que tiveram suas vidas interrompidas por lutarem, arduamente, em defesa dos nossos direitos. A tarefa principal no dia 25 de novembro será de ocupar as ruas em defesa de dignidade e por um mundo justo para todas nós.

*Eliana Gomes é educadora social

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