Humberto Costa: Geddel deveria enxugar lágrimas com o código penal

 O choro do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), diante do apoio de dezenas de líderes da base do governo Michel Temer (PMDB), passou longe de sensibilizar o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). O senador exigiu, em discurso no plenário da Casa, que Temer "tire Geddel do Palácio do Planalto, demita esse homem".

Humberto Costa líder do PT na Cãmara

Para Humberto, Geddel "deveria ter enxugado suas lágrimas com as páginas do Código Penal onde estão previstos os crimes de concussão e advocacia administrativa que ele cometeu ao ameaçar um colega de Ministério para ver satisfeitos os seus interesses pessoais".

Para Humberto, o peemedebista cometeu dois crimes: o de concussão, por ter constrangido o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a fazer algo ilícito para obter vantagem do ato; e o de advocacia administrativa, que trata de favorecer, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.

Segundo o parlamentar, o Brasil merecia viver um momento muito melhor, principalmente porque a justificativa base dos que tomaram o poder de assalto, pelo processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, era eliminar a corrupção.

"Mas a fraqueza do presidente da República é assustadora. Ele não tem coragem de demitir o amigo. Os dois fazem cara de paisagem como se nada tivesse acontecendo, como se não houvesse um caso escandaloso de uso do cargo e do poder político para obter vantagem pessoal", ressaltou.

Na última sexta-feira, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo após relatar ter sido assediado e constrangido por Geddel para liberar um empreendimento imobiliário luxuoso em uma área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Salvador, no qual é diretamente beneficiado.

As denúncias, que são gravíssimas na avaliação do líder do PT, devem ser esclarecidas pela Procuradoria-Geral da República e pela Comissão de Ética Pública da Presidência, órgãos onde protocolou pedidos de investigação, e no plenário do Senado e nas comissões de Constituição e Justiça, de Fiscalização e Controle e de Educação, onde protocolou pedido de convocação de Geddel.