Vanessa aponta renúncia de Temer como o caminho para a democracia 

Sem economizar nos adjetivos, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), em sua coluna semanal na Folha de São Paulo, avalia como “contradição, dissimulação e tergiversação — cara de pau no linguajar popular” a atitude dos políticos que patrocinaram o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff pegos em crimes de concussão, tráfico de influência e advocacia administrativa e que utilizaram a bandeira da ética e o combate à corrupção como principal apelo popular. 

Michel-Temer-coletiva-imprensa Lula Marques - Lula Marques/AGPT

Para Vanessa, “diante de tão grave quadro pugnamos pela renúncia já de Temer, com novas eleições para presidente. Precisamos nos reencontrar com a democracia e o Estado de direito, pois se é verdade que a presidenta Dilma Rousseff perdeu a governabilidade, é fato que esse "governo" nunca teve e jamais trilhará por esse caminho.

A parlamentar destaca que a máscara caiu antes do que se esperava, “desnudando o lado mais sórdido do ser humano, a falta de escrúpulos, que, nesse caso, objetivava a mudança de projeto de nação e a aplicação de uma política antipopular que elimina direitos sociais dos mais humildes para favorecer o grande capital.”

O caso a que se refere a senadora é o “crime praticado por Geddel Vieira Lima e, agora se sabe, pelo próprio Michel Temer — os líderes do DEM, PSDB, PMDB, PSD, PP, PTB etc,” que assinaram nota de apoio e reconhecimento ao "excelente trabalho" do então ministro, defendendo a sua permanência, citando ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que saiu em defesa do usurpador com a seguinte frase: "é frágil como uma pinguela, mas é o que se tem".

A senadora denuncia que “é assim que agem os protagonistas do golpe diante dos crimes confessos e já provados de concussão, tráfico de influência e advocacia administrativa. O que fica claro é que para eles o que importa não é, nem nunca foi, a ética, mas tão somente o poder, para que usem em seu benefício privado e dos setores econômicos que representam.”

E cita outro exemplo do comportamento antiético da base aliada do governo golpista de Michel Temer no Senado. “Para garantir a possibilidade de repatriar recursos não declarados mantidos no exterior por cônjuges e parentes de políticos, passaram por cima da vontade da maioria dos senadores e do acordo de plenário, alegando, cinicamente, questiúnculas regimentais.”

Fidel Castro

A senadora reservou um espaço na coluna para homenagear o líder cubano Fidel Castro, que morreu na última sexta-feira (25), aos 90 anos. “O mundo dos democratas, dos que sonham e lutam por uma sociedade mais justa para a humanidade, está de luto pela morte de Fidel Castro Ruz, um dos líderes mais importantes da América Latina e do planeta”, afirmou.

“Fidel se foi. Mas seu exemplo e seus ideais por um mundo livre das mazelas do capitalismo continuarão presentes”, destacou Vanessa, citando a luta do líder cubano que “desafiando a maior potência imperialista do planeta, os EUA, liderou uma das mais belas experiências de socialismo no mundo, baseada no engajamento popular, defesa da liberdade, justiça e igualdade social. Cuba é um exemplo de saúde e educação pública e de solidariedade internacional. Fato que nem seus opositores ousam negar.”