Temer diz placar menor na votação da PEC não foi por falta de apoio

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (13), Michel Temer (PMDB) comentou o resultado da votação da PEC 55, que congela os investimentos públicos por 20 anos. Segundo ele, o governo não saiu derrotado no Senado do segundo turno por conta da diminuição do placar de votação. Apesar de aprovar a proposta, no primeiro turno, a base do governo teve 61 votos, mas no segundo, 53. Eram necessários 49 votos para aprovar a emenda.

Michel Temer - Foto: Dida Sampio/Estadao Conteudo

“A votação agora foi menor que a primeira, mas se deve ao fato de o presidente [do Senado] Renan Calheiros ter antecipado a votação inicialmente programada para tarde. Peço desculpas e licença para esse comentário trivial, e revelar que isto ocorreu por causa da ausência de senadores e não a voto contrário”, disse.

Ao se referir sobre a citação de seu nome na delação premiada vazada de executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, afirmou que não vai "permitir" que o Brasil fique paralisado, mas quando foi questionado se cogita renunciar, preferiu não responder. Segundo Temer, os problemas que o seu governo enfrenta não podem ser mantidos "indefinidamente".

"Não podemos deixar que isso paralise o país. Não deixaremos que isso aconteça", disse ele, tentando demonstrar força. Ele citou ainda o documento que encaminhou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo "celeridade" nas investigações sobre o vazamento da delação.

"Pedi ainda ontem que essas coisas todas, muitas vezes acusatórias, que venham logo à luz. E que, vindo à luz, quem for acusado, possa se defender, porque estamos na primeira fase da acusação. Há um longo processo onde há defesa, e isso e aquilo", disse Temer.

Nos bastidores, o governo atua para tentar anular a delação alegando que o vazamento transformou o depoimento do empreiteiro em prova ilícita. Essa tese já ganhou a adesão do ministro Gilmar Mendes, que defendeu que o tema seja discutido pela Supremo Tribunal Federal.