Efeito delação: Carta de demissão de Moreira Franco está pronta

A agência de notícias Reuters informa que a carta de demissão do braço direito de Michel Temer e secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, está pronta, mas ainda não foi oficialmente apresentada.

"A tendência é que o trabalho de ampliação e revitalização nos aeroportos do Brasil seja algo constante daqui pra frente", disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.

A informação, segundo a agência, é de fontes do próprio governo. Moreira Franco foi citado em delação de ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, no âmbito da operação Lava Jato. ele é uma dos articuladores do golpe contra o mandnato da presidenta Dilma Rousseff e um dos líderes do PMDB mais próximos a Temer.

Na delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, ele afirma que tratou com Moreira Franco sobre negócios da empreiteira na área de aeroportos. Moreira é atual secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Temer.

"Em algumas oportunidades me reuni com Moreira Franco para tratar sobre temas afetos à aviação civil. Moreira Franco é um político habilidoso e se movimenta muito bem nas ações com seus pares. Acredito que há uma interação orquestrada entre ele e Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil) para captação de recursos para o seu grupo do PMDB", diz Cláudio Melo.

Moreira Franco também foi alvo do ex-presidente da Câmara dos Deputados e correligionário Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso em Curitiba. Irritado com o abandono do governo Temer após a sua cassação, em setembro, Cunha afirmou que Moreira Franco é o responsável pelas irregularidades encontradas na operação para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio.

Disse que Moreira é "o cérebro" da gestão Temer e que o plano de concessões anunciado na semana passada pelo governo "nasce sob suspeição" que inclusive atingem o próprio Temer.

"Na hora em que as investigações avançarem, vai ficar muito difícil a permanência do Moreira no governo", afirmou Cunha.