Diário do Povo: União no combate ao terrorismo é a opção correta

Os atentados terroristas ocorridos, nesta última segunda-feira (19), na Turquia e Alemanha geraram uma onde de condenação internacional, provocando uma nova ponderação sobre a necessidade da cooperação internacional no combate ao terrorismo.

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De acordo com Li Wei, o diretor do Centro Antiterrorismo do Instituto das Relações Internacionais Contemporâneas da China, o fato de o assassino do embaixador russo na Turquia ser um ex-policial mostra que organizações terroristas se têm infiltrado com facilidade no dia-a-dia da população internacional, podendo estar presentes nos governos e milícias de alguns países.

A partir das informações disponíveis, não está ainda esclarecido o motivo dos dois atentados, mas o modo como os atentados decorreram reflete, em certo grau, as novas mudanças na frente do combate internacional ao terrorismo.

Em 2016, o terrorismo tornou-se mais globalizado, fragmentado e “internetizado”, com o destaque dos dois grupos extremistas – Estado Islâmico e Al-Qaida.

Por outro lado, a luta internacional contra o terrorismo se tem limitado aos jogos entre as potências, sobretudo entre os EUA e a Rússia, o que dificulta a formação de uma força conjunta.

O assassinato do embaixador russo na Turquia relembrou o ataque contra o Consulado-Geral dos EUA em Bengazi, na Líbia, ocorrido no dia 11 de setembro de 2012, no qual o embaixador norte-americano perdeu a vida.

Após a agitação no Oeste da Ásia e no Norte da África, os EUA e a Rússia continuam a discordar em uma série de questões regionais, não concordando na formação de uma cooperação forte na luta contra o terrorismo.

O mundo ocidental, representado pelos EUA, tem atitudes distintas relativamente às duas batalhas no Médio Oriente, uma em Mosul, no Iraque, e outra em Alepo, na Síria.

As duas operações visam o confronto contra os grupos Frente al-Nusra e Estado Islâmico, classificados como organizações terroristas pela ONU.

Por um lado, os EUA, apoiaram o ataque a Mosul, enviando tropas para ajudar os combates; por outro lado, se opuseram à operação do exército governamental da Síria, em Alepo, acusando Moscou e Damasco de causarem a tragédia humanitária.

Os governos dos países ocidentais manifestaram em primeira instância a condenação ao assassinato do embaixador russo, ao mesmo tempo, as imprensas ocidentais frisaram o vínculo entre o atentado e o apoio da Rússia ao governo de Bashar al-Assad.

O terrorismo é uma ameaça comum da humanidade e o combate ao terrorismo é responsabilidade de todos os países.

No entanto, alguns países adotaram o critério duplo nesta questão, adicionando alguns “interesses privados” na operação contra o terrorismo, o que pode gerar, logicamente, consequências desfavoráveis e graves.

Os dois atentados ocorridos no dia 19 causam duas vítimas – a Rússia e o mundo ocidental.

Os terroristas têm cometido atentados indiscriminados, embora a Rússia e os países ocidentais tenham opiniões opostas quanto a esta questão.

Neste sentido, ninguém sairá vencedor com a propagação do extremismo e terrorismo.

Uma cooperação global no combate ao terrorismo, ignorando as controvérsias, é urgente e necessária para a comunidade internacional.

Na próxima etapa, o Iraque e a Síria serão os cenários de destaque na cooperação antiterrorismo, tendo como a chave o impedimento da construção das bases dos grupos terroristas nesses países.

Além disso, é necessário adotar medidas para evitar a propagação da ideologia terrorista, atentando aos ataques dos “lobos solitário”, e para resolver os conflitos religiosos e jogos geopolíticos, facilmente aproveitados pelos terroristas.