Adiado para 3 de janeiro anuncio dos resultados eleitorais no Haiti

O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti pospôs para 3 de janeiro a publicação dos resultados definitivos das eleições gerais do dia 20 de novembro. A decisão está em um comunicado divulgado hoje onde se diz que os resultados não serão divulgados nesta quinta-feira, como se tinha reiterado em várias oportunidades.

Eleições no Haiti - Granma

Ainda que o organismo eleitoral não revelou a razão da mudança de decisão, se sabe que isso foi determinado pela paralisação da verificação da contagem de votosl ocorrida ontem.

Essa paralisação foi originada pelo questionamento feito aos juízes por dois partidos políticos, a plataforma Pitit Desalines e a Alternativa Une para o Progresso e a Emancipação do Haiti (Lapeh).

Ao menos o candidato presidencial de Lapeh, Jude Celestin, tinha questionado por escrito a conduta dos juízes, que acusou de 'distorção caracterizada, similar a um conflito de interesses.'

Essas correspondências com questionamentos aos magistrados paralisaram na quarta-feira a auditoria quando se estava analisando o último lote de atas previsto na pesquisa.

O caso passou então ao Conselho Eleitoral Provisório (CEP), que recusou as solicitações de recurso apresentadas contra os juízes que levam a cabo a verificação das atas.

A petição dos dois partidos foi recusada devido ao avançado do processo e a falta de fundamentos, indicou o CEP, que determinou o reinício da contagem final em 29 de dezembro às 10:00 horas.

Logicamente, a continuação hoje dessa contabilidade atrasa o calendário previsto e parece ter sido a causa da prorrogação para 3 de janeiro da data para anunciar os resultados finais.

Nesse sentido parece ter-se pensado também no chamado que fez o premiê Enex Jean Charles, que chamou aos conflituosos a dar uma trégua de fim de ano e retomar o diálogo em 2017.

Charles disse em sua mensagem que a falta de consenso e diálogo entre os membros da classe política tem invalidado muitas iniciativas positivas que poderiam conduzir ao país a superar o atraso, a instabilidade e a desordem.

Por outro lado, conhece-se que teve também opiniões divididas entre os observadores eleitorais: uns dizem que detectaram irregularidades ainda que não são em massa nem invalidam o processo.

Em mudança, Yolne Marie Gilles, representante da Rede de Defesa Nacional dos Direitos Humanos, retirou-se do Centro de Tabulação de Votos nesta semana alegando que há 'falta de transparência no processo de verificação'.

Os advogados de Lavalas, Pitit Dessalines e Lapeh tinham qualificado previamente de ilegal e arbitrária a decisão dos juízes eleitorais de impedir-lhes dar verificar pessoalmente o processo de verificação.

'Nada do que foi feito na ausência de representantes do demandante pode ser usado em seu contra', advertiram então os juristas, que não entenderam que os juízes permitissem uma mudança na presença física do demandado Partido Haiti Tet Kale no processo de verificação.

O advogado Mathias Pierre, da Pitit Dessalines considerou que 'a sorte está jogada e os juízes se preparam para fechar a tumba do processo eleitoral a favor do PHTK'.