Davi e Golias – As negociações coletivas

Do livro Davi e Golias, a análise às resultantes positivas surgidas dos enfrentamentos em condições desfavoráveis embala o tema aqui central: o papel das negociações coletivas.

Por Luiz Arraes*

Luiz Arraes, Fepospetro sindicalista

Principal vetor da função pública dos sindicatos, a atividade é para o bem-estar social e crescimento da economia, determinante quando se revela cumpridora do seu lema original. Os benefícios advindos dessa importante via de ação e diálogo entre trabalhadores e setor patronal, entretanto, não derivam tão somente de sua retórica mas, sobretudo, da capacidade de organização e unidade dos sindicatos.

 
Uma tentativa de nivelar para baixo as prerrogativas das negociações coletivas é o que se pode depreender da decisão do governo federal de reajustar o salário mínimo abaixo da inflação e sem ganho real ante o INPC. Tentar impor à sociedade uma interpretação tendenciosa do que significa esse mecanismo de avanço social é também o que se pode concluir da chamada “flexibilização na negociação entre empresa e empregado”, item previsto na minirreforma trabalhista.
 
A imagem de legitimidade de que a negociação coletiva desfruta hoje é resultado de mais de cem anos de luta do movimento sindical. Resta aos seus representantes a tarefa permanente de defesa desse legado histórico.
 
Campanha Salarial

À frente da recém-iniciada campanha salarial dos cem mil trabalhadores em postos de combustíveis e lojas de conveniência de São Paulo, ação unificada entre seus 16 sindicatos filiados, a Federação Estadual dos Frentistas (Fepospetro), reafirma o compromisso contra a precarização de direitos e das condições de trabalho.
Preservar as conquistas de mais de duas décadas de representatividade é no que se aferra a categoria, importante engrenagem de um setor a que a crise apenas interrompeu, no recuo de 1,9% no volume nacional das vendas de combustíveis, o ritmo de crescimento recordes dos últimos anos, conforme dados da Fecombustível – instituição patronal máxima do segmento.
 
Para a Fepospetro, a negociação salarial segue sendo instrumento de resistência à degradação social contra a qual todos lutamos.

*Luiz Arraes é presidente da Federação Estadual dos Frentistas (Fepospetro), secretário de Negociações Coletivas da Federação Nacional da categoria (Fenepospetro) e diretor de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC)