Trump consegue impor secretária de Educação no Senado dos EUA

A nomeada para o posto de secretária da Educação de Donald Trump não conseguiu o apoio necessário no Senado para ser confirmada no cargo na terça-feira (7) e, pela primeira vez na história, o vice-presidente, Mike Pence, foi o encarregado de desempatar a votação, que havia ficado numa igualdade de 50 votos, para a nomeação de um membro do gabinete.

Betsy DeVos

Depois de uma intensa campanha cidadã contra ela, e a rejeição de duas senadoras de seu próprio partido, Betsy DeVos se junta à equipe de Trump em meio à divisão dos legisladores.

Os senadores democratas, impulsionados por uma campanha de cidadãos contra Betsy, fizeram discursos durante as 24 horas anteriores à votação, com o objetivo de protestar contra a nomeação de uma candidata que consideram não estar qualificada para o cargo e convencer um de seus colegas republicanos a mudar o voto. A maioria republicana tem 52 senadores e nesta semana duas senadoras anunciaram que votariam contra. Os democratas, que votaram em bloco, buscaram intensamente um voto mais contra Betsy, mas não conseguiram.

“A todo o momento os republicanos mostraram que não lhes importava sua falta de experiência, suas posições mais radicais, seus potenciais conflitos de interesse e nem sua rejeição às práticas anticorrupção mais básicas e imporão essa nomeação aos cidadãos dos Estados Unidos”, disse na tribuna a senadora de Massachusetts, Elizabeth Warren.

Os democratas se uniram em coalizão, como parte de uma iniciativa cidadã contra Betsy, que chegou até a inspirar um editorial do The New York Times que pedia “um republicano com integridade” para fazer pender a balança contra sua confirmação. A onda de protestos ganhou força há vários dias quando duas senadoras republicanas anunciaram que não dariam seu apoio à indicada por causa de seu pobre pronunciamento diante do Comitê de Educação do Senado.

Opositores criticaram a falta de experiência da nomeada para o cargo e o fato de ela ter feito doações para as campanhas dos que a indicaram para o gabinete

Aquela audiência tornou Betsy a indicada ao gabinete de Trump mais controversa. Seu passado empresarial, o fato de ter feito doações a campanhas políticas de vários republicanos que votaram hoje a seu favor, assim como o fraco pronunciamento em que não esclareceu as dúvidas sobre os conhecimentos que possui na área de governo que vai liderar provocaram uma campanha que não atingiu seu objetivo.

“Aos meus amigos republicanos que votarão para confirmar Betsy DeVos”, disse o líder democrata Chuck Schumer, “é hora de colocar nosso país em primeiro lugar, antes do partido político”. Sua companheira de bancada, a senadora da Califórnia Kamala Harris, se pronunciou no plenário e nas redes sociais ao mesmo tempo: “Simplificando, está claro que não fez sua lição de casa para se preparar para o cargo e devemos rejeitar sua confirmação”.

Três horas antes da votação, o presidente Trump disse no Twitter que os democratas do senado “protestavam para manter o status quo”. Segundo o presidente republicano, “Betsy é uma reformista e será uma secretária da Educação genial para nossas crianças”. Ao lado de Elaine Chao, secretária de Transportes, Betsy é uma das duas únicas mulheres no gabinete Trump.