Socorro Gomes denuncia política antipalestina de Trump e Netanyahu

A presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes emitiu uma declaração após a coletiva de imprensa conjunta entre o presidente estadunidense Donald Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na quarta-feira (15).

Netanyahu e Trump, na Casa Branca

Trump e Netanyahu reafirmaram a aliança "inquebrantável" entre os EUA e Israel, apesar dos momentos de tensão entre o premiê israelense e o ex-presidente Barack Obama, embora Obama tenha garantido um recorde em apoio bélico da potência imperialista a um regime colonialista e agressor que mantém a Palestina sob ocupação militar desde 1967. Por sua vez, Netanyahu sentiu-se à vontade para reafirmar suas absudas exigências aos palestinos, como destaca Socorro.

Leia a seguir:

Trump e Netanyahu reforçam políticas criminosas contra o povo palestino

A posição política explicitada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após a visita deste último a Washington, revelou mais uma vez que o imperialismo estadunidense sempre estará ao lado do seu aliado e posto avançado no Oriente Médio, como cúmplice dos crimes de guerra em que se sustenta o regime israelense.

O Conselho Mundial da Paz tem enfatizado reiteradamente sua defesa resoluta do Estado da Palestina livre e independente, com as fronteiras anteriores à guerra de 1967 – quando Israel invadiu e ocupou os territórios palestinos – e Jerusalém Oriental como sua capital, o direito dos refugiados ao retorno e a libertação dos milhares de prisioneiros palestinos em cárceres israelenses, inclusive mais de 300 crianças.

Estas são premissas acordadas pelas forças amantes da paz em todo o mundo e plasmadas em diversas resoluções das Nações Unidas, constantemente contrariadas com a continuidade da ocupação sionista, a expansão das colônias e a criação de novos condicionalismos para qualquer processo de paz. É o caso da exigência ultrajante repetida por Netanyahu, ao lado de Trump, do reconhecimento de Israel como um "Estado Judeu" pelos palestinos – quando age como se o povo palestino, que há décadas reconheceu Israel, a nenhum Estado tivesse direito – e da continuidade do controle israelense dos territórios, ou seja, da ocupação.

Trump, por sua vez, deixou clara a continuidade do papel dos EUA, cúmplice dos crimes do Estado de Israel. Foi brando na crítica às colônias – disse esperar que Netanyahu "diminua um pouquinho" a atividade criminosa e dedicou-se à revisão irresponsável da solução defendida até mesmo pelo seu predecessor, Barack Obama, um recordista no financiamento militar de Israel.

O mesmo vale para a promessa provocativa de Trump de mudar a Embaixada estadunidense de Tel-Aviv para Jerusalém, de onde a população palestina tem sido expulsa. A provocação relativa a Jerusalém apenas contribuirá para acabar de convencer o mundo da falsidade de qualquer iniciativa diplomática vinda dos EUA.
A expansão das colônias, a continuidade do bloqueio à Faixa de Gaza, o encarceramento massivo de palestinos e palestinas, a negação do direito dos refugiados ao retorno e a insistência em enterrar a possibilidade de efetivação do Estado da Palestina, assim como a perseguição sistemática e crescente aos solidários à justa causa palestina também revelam ao mundo a natureza criminosa das políticas do Estado sionista, com o apoio do imperialismo estadunidense.

Por isso, intensifica-se a solidariedade internacional ao povo palestino e aumenta exponencialmente o isolamento de Israel. Os crimes de guerra da liderança sionista não ficarão impunes.

Somamo-nos sempre ao povo palestino e a todos os movimentos da paz por justiça e liberdade, exigimos o fim da ocupação sionista e defendemos a criação do Estado livre e soberano da Palestina.

Socorro Gomes
Presidenta do Conselho Mundial da Paz