Por unanimidade, Parlasul rejeita excluir Venezuela do Mercosul

Reunida nesta segunda-feira (20), em Montevidéu, Uruguai, a mesa diretora do Parlamento do Mercosul (Parlasul) decidiu aprovar a permanência da representação da Venezuela no colegiado. A decisão foi unânime, inclusive com os votos de parlamentares venezuelanos que fazem oposição ao governo de Nicolas Maduro.

Parlasul - Divulgação

O senador brasileiro Roberto Requião (PMDB – PR) é o representante do Brasil no Parlasul e integra a mesa diretora. Segundo ele, os parlamentares decidiram não aceitar a sanção contra a Venezuela e vão recorrer junto ao tribunal competente para anular a decisão dos chanceleres.

“Ninguém admite que 3, ou 4 chanceleres, sem consultar seus parlamentos retirem um país do Mercosul, nós decidimos aqui por unanimidade – todas as posições políticas – contestar a saída da Venezuela. Vamos recorrer ao tribunal competente, vamos interpelar também o Conselho do Mercosul. Não é possível que quebrem a unidade do Mercosul de uma forma atropelada e rigorosa e absolutamente irracional. Os parlamentares foram unânimes na rejeição das medidas tomadas pelos chanceleres”.

No ano passado os chanceleres do Brasil, da Argentina e do Paraguai começaram uma “campanha” de boicote à Venezuela, à época presidente pró-tempore do bloco, para isolar o país. O argumento utilizado à época é de que Caracas não cumpriu todos os protocolos, porém, nenhum dos países está completamente alinhado ao estatuto do Mercosul. No entanto, conseguiram suspender o país de Maduro.

Para Requião, esta decisão desrespeita os parlamentos e por isso os parlamentares, mesmo os opositores de Maduro, aceitaram recorrer para reverter a situação.

Requião adiantou ainda que na próxima sessão plenária do Parlasul, marcada para o dia 27 de março, vai ser feita uma consulta ao Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul, sobre a questão.