Esquerda francesa negocia aliança para eleições presidenciais

O candidato do Partido Socialista às eleições na França, Benoit Hamon, declarou nesta sexta-feira que está aberto ao diálogo sobre uma possível aliança com Jean-Luc Melenchon, do partido anticapitalista, que mostrou disposição em estabelecer uma negociação.

Benoit Hamon e Jean Luc Melenchon

Hamon, que conseguiu na quinta-feira um acordo com os ecologistas em prol de sua campanha, afirmou à emissora France 2 que está "pronto para discutir com Melenchon", e acrescentou que organizará sua agenda para participar de um encontro quando seu interlocutor quiser.

Depois do anúncio ontem à noite do acordo socialista-ecologista, o candidato presidencial esquerdista sustentou que não fecha a porta ao diálogo e propôs uma reunião no domingo ou na segunda-feira.

Ao proclamar-se candidato oficial do Partido Socialista, Hamon começou a dar passos para buscar alianças com o ecologista Yannick Jadot e Melenchon.

Enquanto o processo avançou bem com o primeiro, com o segundo se produziram algumas declarações cruzadas e tensas na semana passada, e a negociação parecia fracassada.

No entanto, os últimos pronunciamentos de ambas partes abrem a porta à possibilidade de continuar o diálogo.

Em relação a uma eventual aliança, Hamon considerou-se como o de melhores condições para encarnar a candidatura comum, pois sua 'centralidade' lhe permite dialogar e procurar acordos com todas as tendências dentro da esquerda na França.

Os analistas apontam que enquanto as pesquisas de opinião prognosticam uma eleição presidencial inclinada à direita, só a união da esquerda poderia lhes dar a possibilidade real de lutar para chegar ao Palácio do Eliseu.

De acordo com as pesquisas, a candidata fascista Marine Le Pen encabeça as intenções de voto para o primeiro turno, enquanto o segundo posto está concorrido entre o centrista Emmanuel Macron e o direitista François Fillon.

Por sua vez, Hamon ocupa o quarto lugar e Melenchon o quinto.