Mulheres ocupam ruas de Fortaleza contra reformas de Temer
A manifestação em alusão ao Dia internacional da Mulher em Fortaleza neste ano foi emblemática. Além da pauta relativa às mulheres, cerca de cinco mil pessoas voltaram a ocupar as ruas da capital cearense, nesta quarta-feira (8), para defender a democracia e ratificar a luta contra as reformas previdenciária e trabalhista.
Publicado 08/03/2017 14:27
Éramos milhares: jovens, mães, profissionais liberais, professoras, bancárias, indígenas, donas de casa, sindicalistas, estudantes. Estávamos coloridas: vestíamos o vermelho, o roxo, todas as cores do arco-íris. Nos cartazes e faixas, a luta contra as reformas do governo Temer, o direito de ter propriedade sobre nosso próprio corpo. No grito, em uníssono, o Fora Temer! A nós, juntaram-se outros tantos homens, sensíveis às nossas causas e defensores dos nossos direitos.
Sob o lema “As mulheres vão parar no 8 de Março”, o ato unificado e plural reuniu as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, partidos políticos, centrais sindicais, parlamentares e as mais diversas frentes dos movimentos sociais. A concentração aconteceu na Praça da Imprensa e ocupou as ruas da Aldeota, região nobre da cidade.
Em caminhada, mulheres e homens seguiram até a sede o INSS em Fortaleza, onde houve ato político. Com gritos de guerra, condenaram as medidas de retrocesso contra o povo brasileiro, em especial as mulheres. “Nem recatada, nem do lar… A mulherada está na rua pra lutar”, “Mulherada na rua, a luta continua!”, e o já consolidado “Fora Temer!”, foram alguns dos cantos que animaram e mobilizaram as manifestantes.
Como bandeira unificada, a luta contra a reforma da Previdência. As protagonistas do ato deste 8 de Março saíram às ruas para denunciar o desmonte que a aposentadoria sofrerá e os prejuízos que esta medida poderá trazer.
Sobre a reforma da Previdência
A PEC 287 pretende igualar as condições de homens e mulheres para se aposentar e quer ampliar o tempo de contribuição sem levar em consideração as diferenças sociais entre os gêneros. Com a medida, ela equipara a idade mínima para se aposentar, ainda que no mercado de trabalho e na vida as desigualdades persistam.
A reforma da Previdência pretende fixar 25 anos de contribuição mínima e 49 anos de contribuição para acessar o sistema previdenciário com integralidade Assim, no caso das mulheres, a idade mínima para aposentar passaria dos atuais 60 para 65 anos, somada ao tempo mínimo de contribuição, que sobe de 15 para 25 anos.
As mobilizações do 8 de Março marcam o início da jornada de luta em defesa da retomada da democracia e da campanha por Diretas Já, que seguirá com mobilizações organizadas em todo o país no próximo dia 15 de março, quando os movimentos sociais voltarão a ocupar as ruas construindo uma grande paralisação nacional.