Policiais de todo o país se unem contra a reforma da Previdência

A União dos Policiais do Brasil (UPB), que reúne 27 entidades representativas de categorias da segurança pública do país, organiza nesta quarta-feira (15) manifestações em diversos estados contra a reforma da previdência proposta pelo governo de Michel Temer.

Manifestação contra a PEC 287 - Claudio Machado

A UPB foi organizada em 21 de dezembro de 2016, unindo trabalhadores e trabalhadoras do sistema de segurança pública brasileiro, por intermédio de suas entidades estaduais e nacionais, com o objetivo de unificar a luta contra a PEC 287, que propõe profundas mudanças na legislação que regula a previdência pública no Brasil, impondo grave retrocesso nesse direito social conquistado a duras pela classe trabalhadora.

Os operadores e operadoras da Segurança Pública do Brasil estão mobilizados desde o início da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional 287 na Câmara dos Deputados, lutando especificamente pela parte da proposta de reforma que retira da Constituição o artigo que reconhece a atividade de risco dos profissionais de segurança pública nos critérios de concessão da aposentadoria.

Mas na medida em que a luta avança, sem abandonar o foco principal da reforma que atinge diretamente os interesses dos servidores e servidoras federais e estaduais do sistema de segurança brasileiro – ou seja a supressão do artigo da Constituição que reconhece a atividade de risco dos profissionais desse setor nos critérios de concessão da aposentadoria -, as manifestações deste dia 15 de março lideradas pela UPB, exigem o fim dessa tentativa lúgubre do governo golpista em aprovar essa reforma, que na prática significará o fim da previdência pública no Brasil.

No Espírito Santo o movimento da UPB reuniu o Sindicato da Policia Civil do Espírito Santos-Sindipol, Sindicato dos Policiais Federais, Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal e Associação do Peritos Criminais Federais.

De acordo com Jorge Emilio Leal, presidente do Sindipol, os policiais estão engajados nessa luta desde que o governo Temer deu inicio à essa tentativa de acabar com direitos fundamentais para os trabalhadores no que diz respeito à sua aposentadoria, em especial aqueles referentes aos policiais, que têm uma situação muito particular se comparada com a maioria das outras categorias, inclusive quanto à expectativa de vida, que para nós é de 59 anos”.

Para o vice-presidente do Sindipol, Humberto Mileip, “é importante que os policiais foquem sua luta para a manutenção dos direitos que atingem diretamente as categorias de servidores públicos do sistema de segurança, mas, ao mesmo tempo, precisamos compreender que essa reforma proposta pelo governo federal atinge todos os trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias. Por isso nós devemos também lutar pelo direito de todos e não apenas pelos nossos direitos”.

Após o ato em frente da Assembleia Legislativa capixaba, os manifestantes se dirigiram para o plenário da casa, onde, após os discursos dos representantes das diversas entidades que compõem a UPB no estado, solicitaram aos deputados e deputadas estaduais que assinassem uma moção de apoio à luta contra a reforma da previdência, que já foi assinada pela maioria dos parlamentares presentes à sessão.