Palestina: Angela Merkel defende solução de dois Estados

Em encontro com Abbas, chanceler federal alemã afirma não haver solução alternativa para garantir paz entre israelenses e palestinos e critica assentamentos na Cisjordânia. Líder palestino agradece apoio da Alemanha.

Mahmud Abbas e Angela Merkel, em Berlim - AP

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, reiterou nesta sexta-feira (24) o apoio da Alemanha a uma solução de dois Estados para resolver o conflito entre Israel e Palestina.

"Ainda não vejo nenhuma alternativa razoável para este fim que não seja uma solução de dois Estados", disse Angela em encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mohamed Abbas, em Berlim.

A chefe do governo alemão salientou que "tanto o povo israelense como o palestino têm o direito de viver em paz e segurança", algo que "nenhuma das outras opções pode garantir de maneira credível".

Angela manifestou ainda preocupação quanto aos assentamentos na Cisjordânia ocupada, que, segundo ela, representam um impedimento para a resolução do conflito no Oriente Médio. A chanceler alemã também alertou que se os palestinos querem paz, não devem "denunciar Israel unilateralmente" em fóruns internacionais.

Em entrevista coletiva ao lado de Angela, Abbas agradeceu a Alemanha pelo apoio político, material e moral dado aos palestinenses e suas instituições. O líder reiterou a importância das relações bilaterais e disse estar ao lado da Alemanha na luta contra o terrorismo. Na noite desta quinta-feira, ele defendeu que a Alemanha desempenhe um papel ativo no processo de paz no Oriente Médio.

A possibilidade de uma solução de dois Estados parecia ter perdido força em fevereiro, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que aceitaria um Estado único, apesar de deixar ambas as opções em aberto.

Na quinta-feira, conversas entre EUA e Israel terminaram sem nenhum acordo sobre uma eventual limitação de construções nas terras reivindicadas pelos palestinos.

As negociações de paz entre Israel e Palestina estão congeladas desde 2014, sendo a questão dos assentamentos um dos pontos mais controversos do conflito.