Iniciativa chinesa do Cinturão e Rota pode beneficiar o Brasil

A Iniciativa chinesa do Cinturão e Rota abre um novo capítulo no desenvolvimento econômico mundial e pode beneficiar tanto o Brasil como os demais países da América Latina, disse José Medeiros da Silva, cientista político e professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, em Hangzhou.

Por Rafael Lima e Bi Yuming, da Agência Xinhua

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Em uma recente entrevista exclusiva concedida à Xinhua, José Medeiros, que vive na China por quase uma década e já participou de importantes trabalhos para o governo chinês, se mostrou otimista em relação à iniciativa: "A Iniciativa chinesa do Cinturão e Rota criará novas oportunidades que, se bem aproveitadas, podem ser benéficas tanto para o Brasil como para os demais países da América Latina. Ela não pode ser ignorada por nenhum país, especialmente pelo Brasil, que apesar da crise política em curso, continua a ser o maior ator econômico de toda a América Latina".

A iniciativa do Cinturão e Rota se refere ao Cinturão da Rota da Seda e à Rota da Seda Marítima do Século 21, e foi proposta pela primeira vez pela China em 2013.

Segundo dados do Ministério do Comércio da China, entre janeiro e março deste ano, as empresas chinesas investiram US$ 2,95 bilhões nos 43 países ao longo do Cinturão e Rota. Desde 2013, a China investiu mais de US$ 50 bilhões nos referidos países.

"Apesar do centro do projeto se localizar na Ásia Central e no entorno dos eceanos Índico e Pacífico, a dimensão e grandeza dos investimentos criará uma dinâmica na economia global, que pode beneficiar não apenas as economias desse entorno, mas também de outras partes do mundo, como o Brasil e a América Latina," explicou José Medeiros.

Nos dias 14 e 15 de maio a China sediará em Beijing o Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, sendo uma importante chance para os países compreenderem os novos rumos do desenvolvimento chinês e mundial: "Neste sentido, o Brasil e a América Latina como um todo, principalmente através dos seus atores econômicos e do segmento político mais responsável, precisam ficar atentos para interpretarem de forma adequada esse novo momento do desenvolvimento econômico global," ressaltou o professor José Medeiros da Silva.