Renan Calheiros defende renúncia de Temer

Durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), nesta terça-feira (23), o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), defendeu abertamente a renúncia de Michel Temer. Se dirigindo diretamente ao presidente nacional em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que presidia a sessão da comissão, Renan disse que "o ideal seria conversar com o presidente para fazer uma transição rápida e negociada".

Renan Calheiros - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A comissão discutia a análise do texto da reforma trabalhistas. Renan voltou a criticar as medidas do governo e defendeu a suspensão da leitura do relatório.

Renan Calheiros argumentou que o país precisa fazer reformas estruturantes, mas é necessário ampliar o debate e envolver todos os setores na discussão. Segundo o senador, exemplos recentes de flexibilização de leis trabalhistas tiveram como consequência direta o achatamento dos salários.

"Esta agenda foi mandada com sete pontos pelo governo e saiu de lá com 117 pontos. A quem interessa a calibragem desta reforma, que revoga e flexibiliza direitos e cuja experiência no mundo inteiro, como na Espanha, teve como consequência imediata o achatamento da massa salarial? A precarização e a rotatividade jogam os salários lá embaixo. Na Espanha foi 100%. Cem por cento dos salários caíram", disse.

Renan acredita que é necessário "ampliar o leque de reformas, taxando também o capital". O senador ainda criticou as declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que as reformas sairão com ou sem Michel Temer. Para Renan, essas ações não ajudam o país.

O senador está entre as lideranças que apoiam a marcha das centrais sindicais em Brasília, nesta quarta-feira (24), contra as medidas econômicas defendidas pelo governo.

A participação de Renan nos protestos e o suas críticas irritaram o governo que já não esconde o desconforto. Temer não convidou o líder da legenda do seu partido para o encontro com a bancada que aconteceu nesta quarta no Palácio do Planalto. Dos 22 senadores que o partido tem, 17 foram ao encontro de Temer.