Funcionários da Hermes, demitidos sem receber nada, protestam - Rafael Rodrigues/Comerciários
Os trabalhadores exigem: mais transparência nas ações do administrador judicial; pagamento dos valores referentes ao termo de rescisão; multa de 40% sobre o saldo do FGTS; multa por atraso da rescisão (CLT art. 447 § 8°); diferenças do reajuste da última Convenção Coletiva e mais agilidade da Justiça Estadual na liberação destes valores.
Na última reunião com representantes dos trabalhadores e do Sindicato, o administrador previu prazo de até quatro anos para que os ex-funcionários recebam seus direitos, alegando que o imóvel da empresa (avaliado em R$ 22 milhões) está desvalorizado devido à crise econômica. Entretanto, o presidente do Sindicato dos Comerciários Márcio Ayer afirma que o valor é mais do que suficiente para pagar as dívidas com os ex-funcionários, estimada em R$ 10 milhões.
No dia 8 deste mês, os trabalhadores protestaram em frente a sede da empresa localizada na Avenida Brasil, na altura do distrito industrial de Campo Grande, na Zona Oeste e fecharam as pistas ao tráfego por alguns minutos.
A Hermes é uma empresa nacional, criada em 1942 pelos irmãos Hildelgard Bach e Fritz Haberer, que trouxeram para o Brasil o modelo de venda por mala-direta. Além dos funcionários, a empresa gerava renda extra para milhares de “consultoras” que vendiam de casa em casa os produtos por meio de catálogo. A administração foi delegada em 2006 a um grupo de administradores paulistas, que investiu nas vendas pela internet, o e-commerce, com a criação do site Compra Fácil, em 2010. O negócio não deu certo, em 2013 decretaram falência e ano passado a empresa fechou definitivamente.