Vereadores de Sorocaba criam Comissão para investigar o prefeito

A agressão ocorreu no gabinete do prefeito e foi gerada, segundo a denúncia, pela tentativa do prefeito de impedir a abertura investigação sobre a situação da assessora Tatiane Polis que não teria os requisitos legais para ocupar um cargo comissionado. A Comissão irá decidir sobre o pedido feito no requerimento de afastar provisoriamente o prefeito, a vice-prefeita, o secretário e todos os envolvidos no episódio enquanto durarem os trabalhos de apuração para evitar constrangimentos a testemunhas e embaraço aos investigadores. Há a possibilidade de o prefeito ter cometido crimes de responsabilidade e prevaricação, o que pode levar à sua cassação.

Da tribuna, Renan Santos defendeu a investigação e o afastamento imediato. Ele afirmou que o prefeito já se envolveu em outros episódios polêmicos nos menos de sete meses de sua administração. “Se não aprovar ao menos um pedido de investigação do prefeito, a Câmara ficará em situação muito difícil perante a opinião pública”, destaca o vereador.

Renan afirma que “a violência contra a mulher não precisa ser necessariamente física, pode ser também psicológica e de várias outras naturezas”. O vereador lembrou que, em entrevista a uma rádio local, o prefeito disse que os repórteres poderiam indagar até a cor da roupa íntima da assessora da Prefeitura de Sorocaba, em Brasília.

Para o líder do governo, Fernando Dini (PMDB), trata-se de um momento atípico que pode prejudicar a cidade. Para ele, homens públicos têm que ter cautela diante de cada situação. Dini propôs o arquivamento do pedido de cassação.

Foram sorteados para compor a CP, os vereadores Fausto Peres (Podemos) – presidente –, Vitão do Cachorrão (PMDB) e Silvano Júnior (PV). A criação da Comissão ocorreu por maioria simples dos votos, com 12 a favor e 08 contra. Aos vereadores e vereadoras da oposição, Fernanda Garcia (PSOL), Renan dos Santos (PCdoB), Francisco França (PT) e Iara Bernardi (PT), juntaram-se os veeadores da situação Silvano Junior (PV), Fausto Peres (Podemos), Hélio Brasileiro (PMDB), Hudson Pessini (PMDB), Péricles Régis (PMDB), Vitão do Cachorrão (PMDB), Wanderley Diogo (PRP) e Rodrigo Manga (DEM), todos favoráveis à investigação.

A vereadora Fernanda Garcia (Psol) conseguiu a quantidade de votos necessários para o pedido de criação de outra comissão, que investigará se o prefeito cometeu crime de prevaricação no caso da comissionada. Há ainda duas representações contra o prefeito protocoladas no Ministério Público que pedem a abertura de inquérito civil pela possível prática de ato de improbidade administrativa.

Com informações de Diego Moreira (assessor de comunicação do gabinete do vereador Renan Santos)